Numa campanha eleitoral sem incidentes, a imprensa da Guiné-Bissau recebeu nota positiva do Conselho Nacional de Comunicação Social pela cobertura que tem estado a realizar.
Em conferência de imprensa nesta sexta-feira, 2, o presidente interino daquele órgão ad hoc da Assembleia Nacional Popular disse que o Painel de Monitorização da cobertura das eleições reunido ontem concluiu que, apesar da sensibilidade do momento, "não foram observados e nem registados quaisquer práticas ou comportamentos que violassem flagrantemente os indicadores da avaliação estabelecida pelo Painel".
O pluralismo da informação, a equidade e a linguagem usada tem sido moderada, não obstante no tempo de antena, do dia 24 de Maio, na Radiodifusão Nacional, ter sido constatado o uso de linguagem pouco moderada por parte do apresentador do tempo de antena de um dos partidos", assinalou Domingos Meta Camará.
Aquele responsável, que passou em revista a actuação dos meios de comunicação tradicionais, destacou também que "na maioria das páginas do Facebook, a monitorização não constatou casos graves de incitamento ao ódio", enquanto nos blogs, foram registados "casos com tendências de linguagens violentas e incitamento ao ódeio".
Na conversa com os jornalistas, Camará enfatizou a necessidade de alguma regulamentação das redes sociais e assinalou, como crítica, o facto de os partidos não disponibilizarem os seus programas à imprensa, nem responderem a pedidos de entrevistas.
Ele destacou, no entanto, que a imprensa, principalmente a rádio, tem uma penetração extraodrinária em todo país, e que os partidos "deviam usar mais a imprensa", ressaltando que preferem os contactos porta-a-porta.
Quanto à falta de debates entre os principais candidatos a primeiro-ministro o presidente da Comissão Nacional de Comunicação Social remeteu essa responsabilidade aos partidos e lembrou que as rádios têm realizado vários debates a outro nível.
Por outro lado, o coordenador da célula de monitoria da sociedade civil, Rui Jorge Semedo, afirmou à Voz da América que não foi registado qualquer incidente e admitiu que domingo será um "dia de afirmação da cidadania".
Nesta sexta-feira, os militares votaram de forma antecipada e os partidos políticos encerraram a campanha eleitoral com comícios e festas.
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