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Guiné-Bissau: Repórter de imagem agredido e Simões Pereira diz que ninguém está seguro


Domingos Simões Pereira, presidente do PAIGC, anuncia vitória da coligação PAI Terra Ranka, nas legislativas, Guiné-Bissau, 6 Junho 2023
Domingos Simões Pereira, presidente do PAIGC, anuncia vitória da coligação PAI Terra Ranka, nas legislativas, Guiné-Bissau, 6 Junho 2023

A atualidade política da Guiné-Bissau foi marcada neste fim de semana pelo regresso ao país do presidente do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), depois de vários meses no exterior, que afirmou que ninguém está seguro no país, pela agressão por parte de agentes da polícia a um repórter de imagem da agência de notícias Lusa e pelo recuo do Presidente da República, que agora admite recandidatar-se.

O repórter de imagem Júlio Oliveira foi detido no domingo, 15, por elementos da Polícia de Intervenção Rápida, agredido nas costas, ameaçado de ser conduzido à esquadra e obrigado a apagar todas as imagens que tinha na câmara, quando filmava a caravana que acompanhava Domingos Simões Pereira à sua residência no centro de Bissau.

Em nota emitida nesta segunda-feira, 16, a Direção de Informação da Lusa disse estar "chocada com a agressão inesperada e inexplicável" ao seu repórter de imagem.

"Este tipo de procedimentos não pode deixar de merecer a mais veemente condenação da Direção da Lusa, encontrando-se em violação dos mais elementares princípios da liberdade de informação e de imprensa, bem como do Estado de direito", refere a nota, que salienta a gravidade do incidente.

"Ninguém está seguro", Simões Pereira

Entretanto, ao chegar a Bissau, no domingo, após vários meses no exterior, o também presidente da Assembleia Nacional Popular dissolvida, Simões Pereira observou que todos os cidadãos guineenses "temem pela sua segurança".

"Eu cheguei e estava convencido que estava tudo normal. De repente, dou conta de que há bloqueios de acesso às pessoas ao aeroporto. Há jornalistas que foram agredidos, há jornalistas aos quais foram subtraídos os materiais que tinham utilizado para o seu trabalho", afirmou o presidente do PAIGC aos jornalistas.

Sissoco Embaló recua

Por outro lado, ontem, o Presidente da República voltou atrás na sua decisão de não se recandidatar-se ao cargo e afirmou que poderá voltar a concorrer à liderança do país se os seus apoiantes assim o desejarem.

"Estou à vossa disposição (...) Se entenderem que continuo a ser a solução, estarei à vossa frente", disse Umaro Sissoco Embaló ao discursar na reunião do Conselho Nacional da ala do Movimento para a Alternância Democrática (MADEM G-15), que lhe é fiel e liderada por Satu Camará e que reclama ser a direção oficial do partido fundado pelo Chefe de Estado.

Este pronunciamento surge depois dele ter dito o contrário na quarta-feira, 11, após a reunião do Conselho de Ministros: "Sim, não vou-me recandidatar”.

Na reunião deste domingo, Umaro Sissoco Embaló justificou-se dizendo que se "se ontem [na quarta-feira] disse que não iria recandidatar-me para um segundo mandato, se entenderem que eu devo o fazer, estou à vossa disposição. Não estou por cima de vós".

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