Acompanhada de homens armados, Satu Camará autoproclamou-se, na manhã desta segunda-feira, 23, presidente da Assembleia Nacional Popular (ANP), tendo já ocupado o Gabinete de Domingos Simões Pereira.
Camará é formalmente vice-presidente da ANP.
A sua ação acontece depois de, na semana passada, o presidente Umaro Sissoco Embaló ter advertido que Comissão Permanente da ANP não deveria abordar a situação do Supremo Tribunal de Justiça.
Embaló disse que se tal acontecesse, Domingos Simões Pereira deixaria de ser presidente da Assembleia.
Desconsiderando isso, os membros da Comissão Permanente, órgão em que, igualmente, fazem parte Braima Camará, coordenador do MADEM-G15, e Fernando Dias, líder do PRS, abordaram não só a situação no Supremo Tribunal de Justiça, como também a da Comissão Nacional de Eleições (CNE).
Foi criada uma Comissão Eventual com competências para preparar procedimentos de seleção e eleição do novo secretariado executivo da CNE, assim como a busca de soluções para a reposição do pleno funcionamento e total independência do poder judicial.
José Carlos Macedo Monteiro, deputado e Secretário de Estado da Ordem Pública, justifica a ação de Camará, e acusa Domingos Simões Pereira de ter desafiado a advertência do Presidente da República.
“A presidente da Assembleia Nacional Popular, chama-se Adja Satu Camará Pinto. Quando se tenta um golpe de Estado contra o Presidente da República é nisso que resulta. Domingos [Simões Pereira] violou tudo que tinha para violar,” disse Monteiro.
Gravidade
Perante o cenário, Domingos Simões Pereira reuniu, de imediato, os líderes das bancadas parlamentares, num dos hotéis de Bissau, para condenar o ato e alertar para a sua gravidade.
Simões Pereira afirma tratar-se de tentativa de subversão da ordem constitucional e usurpação de competências da Assembleia Nacional Popular.
Domingos Simões Pereira convocou o povo guineense a dirigir-se à sede do parlamento, caso a situação prevaleça.
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