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Guiné-Bissau: Gabu regista mais de 570 casos de violência doméstica em um ano


Gabu, Guinea Bissau
Gabu, Guinea Bissau

Activista sugere celeridade no julgamentos de casos reportados

Organizações e activistas denunciam quadro preocupante de violência doméstica na região de Gabú, leste da Guiné-Bissau.

Os dados da Rede Nacional de Luta contra a Violência Baseada no Género apontam para 577 casos de violência contra mulheres e crianças, entre os 2020 e 2021, na região.

Guiné-Bissau: Gabu regista mais de 570 casos de violência doméstica em um ano
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No terreno, a VOA registou a opinião de Cadija Cassamá, que diz que “a violência doméstica e outros tipos de violência existem sim, só que as pessoas pensam que são actos normais”.

De violência física à psicológica, passando pelo casamento forçado e precoce, Cassamá conta que “a minha mãe é acolhedora das vitimas; muitas vezes recebemos estes casos nas nossas próprias casas. A violência é praticada pelos próprios pais, quando a menina recusa aceitar um casamento forçado”.

“É um autêntico abuso que as mulheres estão a sofrer na região de Gabú”, diz Odete Aua Si, uma destacada activista.

Celeridade

A Rede Nacional de Luta Contra Violência Baseada no Género e Criança (RENLUV) pede maior atenção das instâncias judiciais nos processos de denuncia de abusos domésticos:

Djenabú Sanó, ponto focal da organização em Gabú, explica que “há vários processos que chegam às autoridades, mas não são levados até ao fim. Se houvesse a celeridade dos processos e julgamento dos mesmos, seria o motivação para os denunciantes. Mas, infelizmente, a justiça não está a funcionar.

Enquanto isso, Justino Keita, Responsável do Observatório da Rede Nacional de Luta Contra Violência Baseada no Género e Criança (RENLUV) diz estar preocupado com o quadro estatístico da violência doméstica na região de Gabú, leste da Guiné-Bissau.

Para mudar o quadro, Keita sugere “uma atenção virada para a capacitação das pessoas e para que todos saibamos que a violência não abona em nada”.

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