Um grupo de cidadãos guineenses manifestou-se, nesta terça-feira, em Bissau, contra o assassinato do ator Bruno Candé, no passado 25, em Portugal.
A manifestação teve lugar junto à Embaixada de Portugal em Bissau, tendo alguns dos participantes associado o assassinato ao racismo.
“Não fomos recebidos, infelizmente, pelas autoridades de Portugal na sua Embaixada em Bissau. Isso demostra que Portugal está a compactuar-se, ou seja, está a patrocinar atos de racistas, o que nós, enquanto cidadão de mundo, não podemos aceitá-los, ” disse Vladimir Vitorino Gomes, em nome dos manifestantes.
O professor de relações internacionais, Fernando Mandinga da Fonseca disse que a “população negra não deve ser desrespeitada na sua condição humana. Por isso, deve haver repúdio e condenação por parte de todos os governos, incluindo o da Guiné-Bissau”.
O grupo agendou para a próxima sexta-feira, 30 de julho, mais uma manifestação em frente da Embaixada de Portugal em Bissau.
Bruno Candé foi morto em Moscavide, concelho de Loures, no último fim de semana.
A imprensa de Lisboa reportou que o suspeito assassino, de cerca de 80 anos de idade, está em prisão preventiva depois de ter sido ouvido, no Tribunal de Loures.
A família de Bruno Candé Marques disse que o ator de 39 anos de idade "foi alvejado à queima-roupa, com quatro tiros, na rua principal de Moscavide (...) o seu assassino já o havia ameaçado de morte três dias antes, proferindo vários insultos racistas".
A polícia portuguesa disse não ter até agora qualquer informação que comprove a motivação racial no assassinato.