A Guiné-Bissau continua sem Governo desde a dissolução do Parlamento à 16 de Maio pelo Presidente da República, que marcou eleições legislativas para 18 de Dezembro.
Na semana passada, Umaro Sissoco Embaló disse que o novo Executivo seria anunciado em breve, depois de ter encetado contactos com todos os partidos com assento parlamentar que, na sua maioria, se disponibilizaram a entrar para o Governo.
Nas ruas da capital Bissau as opiniões estão relativamente divididas.
Enquanto uns esperam que o novo Governo faça algo para melhorar a vida dos guineenses antes da eleições, outros não escondem o seu pessimismo.
Sumaila Djaló, activista social, apresenta uma visão menos optimista sobre um novo Governo.
“Não consigo ser optimista, prefiro ser realista e dizer que infelizmente a Guiné-Bissau entra em mais uma situação muito difícil em que, ou todos concordamos com escolhas unilaterais, autoritárias e absolutistas do Presidente da República”, diz.
O director do jornal estatal “Nô Pintcha”, Abdourahamane Djaló, afirma que não se pode esperar muito de um novo Executivo, que não seja a realização das eleições na data prevista.
“Muita coisa não se pode esperar deste Governo. É um Governo de iniciativa Presidencial, inclusive, com muitos interesses. Se o Governo organizar as eleições na data indicada já é muito, e poderemos até situar o desempenho do Governo num patamar positivo”, afirma aquela analista político.
Para esse objectivo, Sumaila Djaló sublinha que não seria necessário formar um novo Governo porque o actual primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabian, já foi reconduzido ao cargo.
“O Governo devia manter-se em gestão e criar as condições para as eleições legislativas dentro de 90 dias conforme manda a Constituição da República”, conclui Djaló.
O PRS, partido que suporta o Presidente e maioritário no anterior Governo, confirmou no fim de semana a sua disponibilidade para entrar para o novo Executivo, bem como o PAIGC, que lidera a oposição.