O ministro da Administração Interna da Guiné-Bissau advertiu os funcionários dos serviços de segurança a distanciarem-se de esquemas relacionados com o tráfico de drogas.
O apelo surge numa altura em que circulam informações sobre a cumplicidade de altas patentes com o narcotráfico.
”Há informações em como o Ministério do Interior é uma base de traficantes. Se é verdade, apelo que usem toda a vossa formação e capacidade para descobrir e assim podermos aniquila-la. Não devemos aceitar colaborar com os traficantes de droga”, disse Botché Baldé.
A advertência do ministro da Administração aconteceu numa altura em que o Observatório Guineense de Drogas e Toxicodependência, uma nova organização guineense que se dedica à investigação, análise e monitorização de dados sobre o consumo e tráfico de droga na Guiné-Bissau, revela dados novos.
Além de serem usadas como mulas para transporte de droga, a camada feminina aparece agora a liderar o quadro do consumo de estupefacientes, sobretudo, nos centros de diversão, nomeadamente nas discotecas.
Para Abílio Aleluia Có Júnior, secretário executivo do órgão é urgente e pertinente que o Estado crie politicas concretas, com estratégias inteligentes de luta contra o consumo e tráfico de droga no país.
Dados disponíveis apontam, entretanto, que os jovens são os mais afectados pelo fenómeno, alegando a falta de oportunidades.
Daí o apelo para que haja mais apoio a um toxicodependente, ao invés de puni-lo: “na verdade, o consumidor de droga é um doente. Ele precisa de apoio e não o contrário, pois quando pune um consumidor você está a joga-lo para a marginalização. É preciso apoiá-lo, danado carinho, amor e afecto", diz Abílio Aleluia Có Júnior.
A Guiné-Bissau apresenta agora indicadores de ser um país, não só de trânsito, como também de consumo de drogas.