A situação política guineense mantém-se tensa, facto que obriga o antigo Presidente da Nigéria, Olusegun Obasanjo, a deslocar-se a Bissau como enviado especial da Cedeao.
Antes da chegada de Obasanjo, o Presidente da República José Mário Vaz pretendia reunir as partes e encontrar uma posição conjunto, o que não aconteceu, mais uma vez devido às divergências entre o PAIGC e a oposição.
A reunião, no entanto, não se realizou frustrada, porque o PAIGC e a presidência da Assembleia Nacional Popular recusaram-se a participar por alegar que não podem juntar-se ao grupo dos 15 ex-deputados, num encontro, onde, no seu entendimento, deveriam estar apenas instituições da República, da sociedade civil e representantes da comunidade internacional.
Esta posição, ao menos, do PAIGC, vem consolidar o teor da carta que Domingos Simões Pereira enviou ao Presidente José Mário Vaz, na qual, disse que “o PAIGC é da opinião de que o formato escolhido para a promoção do diálogo deve merecer reformatação e acontecer entre instituições da República devidamente competentes e legitimadas para o efeito, o que, a não se observar, o coloca, ele o PAIGC, numa situação de desconforto e incapacitado de manter a sua presença”.
Em face desta realidade, o quadro político guineense fica agora na expectativa da vinda, hoje ou até amanhã, do antigo Presidente da Nigéria, Olusegun Obasanjo, enviado especial da Comunidade Económica de Desenvolvimento dos Estados da África Ocidental (Cedeao).
Obasanjo vem a Guiné-Bissau, pela segunda vez, no âmbito da crise política despoletada em Agosto de 2015 com a demissão do Governo, liderado por Domingos Simões Pereira.
Fonte das Nações Unidas informa que o representante do secretário geral de Ban Ki-moon, em Bissau, Miguel Trovoada, encontra-se em Dakar, desde ontem, para se avistar com o Presidente senegalês, Macky Sall, com quem deve analisar o actual momento político.
É mais uma intervenção internacional, quando estão esgotados todos os esforços nacionais para superar a crise.