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Guiné-Bissau: Presidente diz não fazer "caça às bruxas", mas PGR prepara acusações formais


Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, fala à nação depois de tentativa de golpe de Estado. 1 Fevereiro 2022
Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, fala à nação depois de tentativa de golpe de Estado. 1 Fevereiro 2022

Ministério Público terá elaborado uma lista com cerca de duas dezenas de pessoas por alegado envolvimento na tentativa de golpe de Estado

O Governo da Guiné-Bissau abriu um inquérito à tentativa de golpe de Estado da passada terça-feira, 1, e, segundo um fonte que pediu o anominato, o Ministério Público (MP) terá elaborado já uma lista com nomes de cerca de 20 pessoas alegadamente envolvidas nos incidentes.

De acordo com a mesma fonte, entre os potenciais indiciados estarão altos oficiais do Ministério do Interior, dirigentes do PAIGC, o principal partido da oposição, e militares alegadamente próximos do antigo Chefe de Estado-maior da Armada, José Américo Bubu Na Tchutu.

Nesta quinta-feira, 3, o Presidente da República visitou o Palácio do Governo, onde aconteceu a alegada tentativa de golpe de Estado, para, segundo ele, ver o local.

Em declarações à imprensa, Umaro Sissoco Embaló afirmou que “não estou aqui para acusar ninguém e nem fazer caça as bruxas”.

Quando foi perguntado se já têm nome das pessoas que supostamente estiveram envolvidas no ataque, Embaló precisou que não quer substituir a Comissão do Inquérito.

"O processo de inquérito já está nas mãos do Procurador-geral da República, que é detentor de acção penal, podem dirigir-se a ele", referiu aos jornalistas,

O Presidente da República deixou indirectas a certas vozes que levantaram dúvidas sobre os acontecimentos do dia 1.

"Há pessoas que gostam de fazer de cinemase teatros. Isso é muito sério. Há pessoas que morreram, que ainda não fizemos o funeral. Isso não é brincadeira. É lamentável que as pessoas que dizem ser responsáveis e que eu trato como tal, pensam que isso é teatro. Mas, o caso já está no Ministério Público", afirmou.

A Procuradoria Geral da República também não se pronunciou sobre os processos em curso, nem o Governo ou as Forças Armadas informaram acerca do número e identidades dos detidos.

Na sua mensagem à nação na terça-feira, horas depois da alegada tentativa de golpe, o Presidente revelou que foram detidas pessoas.

Ontem, o porta-voz do Governo, Fernando Vaz, confirmou que 11 pessoas morreram, sendo sete militares e paramilitares, três civis e um membro do Ministério do Interior, alegadamente “agressor”.

Tanto o Presidente da República como o Governo indicaram que os responsáveis do acto estão ligados ao tráfico de drogas.

A tentativa de golpe de Estado aconteceu durante uma reunião do Conselho de Ministros, no Palácio do Governo, presidida por Umaro Sissoco Embaló.

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