A cinco meses das eleições legislativas antecipadas na Guiné-Bissau, marcadas para 18 de Dezembro, o ministro da Administração Territorial e Poder Local afirma que o Governo não dispõe ainda dos fundos necessários para garantir o processo eleitoral, mas diz estar optimista com os resultados dos contactos que mantém com actores nacionais e internacionais.
O custo total do processo ascende a 14 milhões de dólares.
Em entrevista exclusiva à VOA, Fernando Gomes garante que, para o recenseamento eleitoral, o Governo dispõe de kits à sua disposição, no entanto, à luz da exigência dos partidos políticos que evocaram a lei eleitoral, “o único problema agora reside nas impressoras que ainda não chegaram ao país”.
Sendo assim, o Governo diz que não se pode marcar a data do início de recenseamento eleitoral.
Mas, admite Gomes, “possivelmente até ao final dessa semana ou na próxima semana teremos a confirmação da data de chegada das impressoras, a a partir dessa data nós estaremos em condições de marcar a data do início do recenseamento”.
Contactos com parceiros
Sobre o número de brigadas necessárias para o recenseamento, o titular da pasta da Administração Territorial e Poder Local afirma que vai depender do contexto que envolverá o início do processo.
Aliás, para o acto do registo dos eleitores, Fernando Gomes afirma que o Governo necessita de cerca de 9 milhões de dólares americanos, um valor que inclui ainda “a dívida da eleições de 2019”.
Questionado se o Governo tem esse fundo, respondeu ”não, não tem”.
“Neste momento não temos fundos disponíveis para isso. Estamos precisamente em contacto com alguns parceiros da Guiné-Bissau para a obtenção de fundos necessários”, revela Gomes quem diz ainda que “neste aspecto estamos, não diria confiantes a 100 por cento, mas tudo leva a crer de que, com os nossos parceiros e com o esforço do Governo, será possível conseguir esse montante para o recenseamento eleitoral.
Contudo, a nível interno, o ministro da Administração Territorial e Poder Local diz que vai contar com o imposto nacional da democracia, ainda que para o próprio acto eleitoral a Comissão Nacional de Eleições (CNE) vai precisar do equivalente a mais de quatro milhões de dólares.
Questionado sobre a lisura do processo, Fernando Gomes garante um processo de recenseamento eleitoral transparente e promoete "o envolvimento de todos os actores partidários no processo de recenseamento".