O militante do PAIGC, partido na oposição na Guiné-Bissau, que interpôs uma acção judicial contra o seu partido, inviabilizando a realização do seu X Congresso, admite falar com a direcção de Domingos Simões Pereira e parar o processo judicial, desde que se cumpram a lei e a democracia interna.
Numa conferência de imprensa nesta sexta-feira, 26, em Bissau, Bolom Conté, afirmou estar tranquilo e disposto a dar a sua vida para a democracia interna dentro do PAIGC.
Ele justificou a sua posição com a violação dos estatutos para escolha dos delegados ao congresso e reiterou que tudo o que está a fazer é uma reivindicação legítima enquanto militante do partido.
Conté disse estar aberto a um diálogo franco com a direcção do partido.
“Se me ligarem agora mesmo [PAIGC], vou abandonar esta conferência de imprensa para ir responder e sentarmo-nos para conversar, pois tudo o que quero é o bem do PAIGC, eu não estou interessado nesta situação”, afirmou Conté que refutou críticas de estar a ser manipulado por indivíduos ligados ao regime e garntiu não ter relações com o Presidente da República ou com a ministra dos Negócios Estrangeiros, Suze Barbosa.
Bolom Conté disse também ainda que a sua postura não tem nada do radicalismo:
“Não tomei dinheiro de ninguém neste processo, não há ninguém nas minhas costas que esteja a pressionar-me para ser radical”, afirmou, reiterando que se o partido respeitasse as normas ele regressaria.
Sobre a sua militância, alguma vez negada pelo PAIGC, Bolom Conté lembrou que continua a assistir às reuniões do seu círculo.
“Fiz parte da directoria da campanha de Domingos Simões Pereira nas eleições Presidenciais, primeira e segunda volta, que busquem outro argumento, pois eu sou militante do partido, ontem, hoje, amanhã e até os meus últimos dias de vida”, concluiu Bolom Conté.
Desde Março, o PAIGC tenta realizar o seu X Congresso, mas recursos interpostos na justiça por aquele militante, que acusa o partido de o ter tirado da lista de congressos ilegalmente, têm impedido a realização do encontro que vai eleger os novos corpos directivos do partido.
No passado dia 20, o Comité Central prorrogou o mandato da direcção de Domingos Simões Pereira até à realização do seu congresso.