O Governo da Guiné-Bissau prometeu tomar medidas para “neutralizar os promotores do caos e da anarquia” e instou as autoridades policiais a investigaram o ataque à Rádio Capital FM e ao assalto a tiros à casa do comentador político Rui Landim.
Em conferência de imprensa nesta quarta-feira, 9, em Bissau, o porta-voz, Fernando Vaz, considerou que esses assaltos representam “comportamentos estranhos à natureza dos verdadeiros guineenses".
“O Governo da República da Guiné-Bissau repudia com total veemência o ataque perpetrado contra a Rádio Capital e à residência de um comentador político, Rui Landim, nestes dias", afirmou Vaz, sublinhando que o "país novo que as novas autoridades estão firmemente empenhadas em construir não se compadece com a violência, o terrorismo, nem com ajustes de contas".
O também ministro do Turismo revelou que "foram dadas instruções claras às autoridades policiais competentes para desencadearem todos os mecanismos de investigação com vista ao apuramento dos factos e à tradução dos responsáveis à justiça" e assegurou “a todos que tudo fará para pôr cobro a estas ações de banditismo, de violência gratuita e garantir a todos o pleno exercício destes direitos que constituem pilares fundamentais da construção do Estado de Direito da nossa jovem democracia”.
Vaz enfatizou que "doa a quem doer", o Executivo vai tomar todas as medidas para "neutralizar os promotores do caos e da anarquia
O porta-voz do Governo disse acreditar que o Governo tem o paiol totalmente controlado e que vai identificar os autores e saber se usaram ou não armas do Estado no ataque.
A Rádio Capital FM foi alvo de atiradores encapuzados na segunda-feira, 9, por volta das 10 horas da manhã, que deixaram os estúdios totalmente destruídos.
Oito profissionais ficaram feridos quando tentavam fugir do ataque, um deles, a jornalista Maimuna Bari, no entanto, está em estado grave e deve ser evacuada ainda nesta semana para Portugal para receber tratamento médico.
O ataque foi condenado pelo Sindicato dos Jornalistas, pela Liga Guineense dos Direitos Humanos, os partidos PAIGC e PUN, o Comité de Protecção de Jornalistas, a organização Repórteres Sem Fronteiras e o Sindicato dos Jornalistas, de Portugal.