Os cinco tripulantes da aeronave apreendida no Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira, a 7 de setembro, com 2,6 toneladas de cocaína a bordo, foram condenados a 17 anos de prisão efetiva pelo coletivo de juízes do Tribunal Regional de Bissau nesta segunda-feira, 6.
Eles foram condenados pelos crimes de tráfico de droga e utilização ilícita de avião, tendo sido absolvidos do crime da associação criminosa.
A defesa já disse que vai recorrer, mas até lá eles ficarão em prisão preventiva.
"Operação Landing"
Como a Voz da América noticiou na altura, a 7 de setembro, a Polícia Judiciária da Guiné-Bissau, com o apoio de agências internacionais, como a Drug Enforcement Agency, (DEA, nas siglas em inglês), a agência de combate à droga dos Estados Unidos e do Centro de Operações contra Narcótico e Análise Marítima", deteve dois mexicanos, um colombiano, um equatoriano e um brasileiro num avião que carregava 2,6 toneladas de cocaína, na operação denominada “Landing”.
Durante o julgamento, os réus disseram que o avião proveniente do México e da Venezuela tinha por destino o Mali, mas que o comandante decidiu aterrisar em Bissau por falta de combustível.
Ña audiência da leitura da sentença, o cidadão brasileiro não esteve presente por “motivo de doença”.
Por este motivo, os advogados de defesa apresentaram um pedido para o adiamento da leitura da sentença, que foi indeferido pelo coletivo de juizes que, na sua decisão, também deu o avião apreendido perdido para o Estado da Guiné-Bissau.
Críticas e pedido de investigação independente
Recorde-se que, aquando da operação “Landing”, a Plataforma de Aliança Inclusiva (PAI-Terra Ranka) classificou de “ação criminosa” a aterrissagem do avião em Bissau e apontou o envolvimento de altas figuras do regime no tráfico de estupefacientes, sem indicar nomes.
Num comunicado divulgado a 10 de setembro, a coligação liderada pelo PAIGC e vencedora das eleições legislativas de 2023 exige “a realização de um inquérito internacional independente, com o apoio da DEA (Agência dos Estados Unidos de Combate à Droga) e de outras agências de combate ao narcotráfico” para esclarecer cabalmente os contornos de sobrevoo e aterragem de aeronave com grande quantidade de drogas no país.
A coligação exige também o “afastamento imediato de todos os elementos da Presidência da República que, a 7 de setembro, usurparam as competências legais da Polícia Judiciária e assumiram a coordenação dos trabalhos” de aeronave apreendida em Bissau com grande quantidade de droga.
Presidência da República felicita Polícia Judiciária
A 9 de setembro, o conselheiro político e diplomático da Presidência da República Delfim da Silva, felicitou as autoridades pelo sucesso da operação "Landing" e agradeceu os parceiros envolvidos.
Silva acrescentou que "medidas severas serão tomadas sobre todos os implicados neste ato criminoso" e concluiu que "a Polícia Judiciária pode contar, como sempre tem acontecido, com o apoio firme do Presidente da República.
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