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Guiné-Bissau: campanha quer incentivar mulheres a denunciar atos violentos


Montagem de fotos da campanha "Mulher Não é Tambor"
Montagem de fotos da campanha "Mulher Não é Tambor"

"Mindjer ika Tambur" é o slogan em crioulo da campanha contra a violência doméstica que está sendo feita neste mês na Guiné-Bissau. A campanha, que começou no Facebook, com a publicação por vários dias de fotos de mulheres para ilustrar a violência, contou com sete voluntárias bem conhecidas em Bissau e com a ajuda da maquiladora profissional Umo Djaló.

Guineenses se empatizam com campanha contra a violência doméstica
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Em entrevista à Voz da América, a estilista e idealizadora da campanha Aurora Espírito Santo explicou que o primeiro objetivo foi criar suspense a fim de ver como as pessoas iriam reagir diante da foto de alguém que elas conheciam. Aurora também queria ver se as pessoas iriam pensar que poderiam ser vítimas dessa violência doméstica.

Depois que a publicação das fotos começou, a estilista contou que foi muito difícil esconder dos parentes e amigos o que estava acontecendo. Mas todas as mulheres envolvidas no projeto ficaram sete dias sem dar qualquer explicação sobre as fotos que estavam a circular nas redes sociais.

"As pessoas reagiram muito bem e até superaram as nossas expectativas". Uma página foi criada no Facebook com todos os momentos da campanha, incluindo a sessão de maquiagem, além de poesias, poemas e vídeos de solidariedade recebidos até agora.

"Recebemos muitos comentários. Os homens reagiram de uma forma impressionante. Um dos comentários que mais me deixou comovida foi de um rapaz que dizia que a mulher não foi feita para ser batida. A mulher deve ser mimada e tratada com muito carinho e amor". Aurora disse que o rapaz também pediu no seu próprio post que os homens colaborassem e aderissem à causa.

Aurora deixou uma mensagem incentivando as mulheres a denunciar qualquer ato de violência. "A violência doméstica não é opção, é um crime. Nenhuma mulher merece passar por esta situação dentro da sua própria casa ou na rua ou no serviço. É crime. Temos que denunciar. Temos que nos apoiar umas às outras. Acreditamos que um dia tudo isso vai acabar".

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