A Guiné Bissau completa uma semana de campanha eleitoral com vista às legislativas de 4 de Junho, com 20 partidos e duas coligações na caça aos votos para o Parlamento.
Até o dia 2, centenas de políticos tentam convencer milhares de eleitores nas cidades e tabancas com os seus projectos e promessas de campanha, através de mensagens em comícios, espectáculos musicais, visitas porta-a-porta e redes sociais.
Mas o que movem os eleitores a aceitarem um partido ou outro, que elementos têm para decidir e como recebem e consomem as mensagens dos políticos?
O programa Agenda Africana, da Voz da América, procurou compreender essa interação entre políticos e eleitores no calor da campanha eleitoral na Guiné-Bissau.
A jurista, advogada, antiga ministra da Justiça e dos Negócios Estrangeiros e candidata à Presidência da Guiné-Bissau em três ocasiões, Antonieta Rosa Gomes, considera que a "campanha é um período de festa" e um momento especial em que os políticos apresentam os seus programas e projectos.
Ela, no entanto, lamenta que, ao contrário do que acontecia nas primeiras campanhas eleitorais, hoje as pessoas parecem estar mais interessadas no que vão receber dos candidatos, como camisolas e dinheiro do que em analisar os candidatos e as soluções que propõem "para os difíceis problemas que o país enfrenta".
Gomes espera uma campanha assente nas soluções no momento em que os guineenses enfrentam "muitas necessidades".
O actor, dramaturgo, escritor e especialista em comunicação Carlos Vaz aponta o nível baixo de literacia política dos eleitores que "votam mais nas pessoas e nos partidos" e não em projectos reais.
Vaz cita a forte presença agora do tribalismo e da religião na campanha política, o que para ele é um perigo e alerta para o facto de, por exemplo, "um partido que se diz para jovens ter o mesmo discurso dos antigos partidos".
O peso das redes sociais também é indicado por Vaz como podendo desempenhar um papel importante na campanha.
Ouça o programa.
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