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Guiné-Bissau: Analistas dizem que dívida pública é problema a ser resolvido e aponta caminhos


CFA, moeda usada nos países da União Económica e Monetária Oeste Africano (UEMOA)
CFA, moeda usada nos países da União Económica e Monetária Oeste Africano (UEMOA)

Alerta foi dado pelo FMI e ministro das Finanças reconhece ser problema a enfrentar

O ministro das Finanças da Guiné-Bissau admitiu que o país ultrapassou o limite máximo da dívida, no âmbito dos critérios de convergência da União Económica e Monetária Oeste Africano (UEMOA), fixado em 70 por cento

A reacção de João Aladje Fadiam surge à declaração do chefe da Missão do Fundo Monetário Internacional que realizou uma análise às finanças do país, José Giron, quem concluiu que o país é o mais endividado da UEMOA.

Dívida pública "assusta" Guiné-Bissau - 2:25
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“A dívida pública da Guiné-Bissau está na ordem de 79% do Produto Interno Bruto”, reconheceu Fadiam.

O economista guineense Serifo Só diz ser preciso analisar algumas variáveis para se entender como o país chegou a esse nível.

“Primeira variável, podemos falar do Orçamento Geral do Estado do ano 2020, que era um orçamento com défice de mais de 47%. E desses 47% não se conseguiu atingir uma certa quantidade de receita que era prevista. Então isso acarretou ainda mais o défice orçamental. O Governo tinha que recorrer a instâncias financeiras para poder fazer face às despesas orçamentais previstas, através de emissão de títulos de tesouro, que são créditos de curto prazo e com juros muito mais altos”, explica Só.

A segundo variável, conforme ainda aquele especialista, tem a ver com a falta do investimento por parte do Governo e que visaria obter algum retorno financeiro”.

“O Governo executou apenas um plano relativamente às actividades correntes do país, não fez nenhum investimento com algum retorno. Endividaram tanto para consumo. E neste momento o país está sem absorvência para poder liquidar as dívidas e o país continua a endividar, chegando ao ponto em que juros da dívida estão ser uma dor de cabeça para a própria economia do país”, afirma.

Por seu lado, o economista e docente universitário Mamadú Serifo Baldé diz que “estamos a endividar o país em detrimento do que nós conseguimos como ganhos”.

“Não há um relatório que permita compreender o que tinha sido previsto e quais são as metas que tinham sido fixadas e o que realmente fizemos para aprovarmos o orçamento 2022”, acrescenta Baldé que aponta caminhos para dar volta ao cenário.

“Precisamos diminuir drasticamente as despesas que não fazem parte do funcionamento integral da administração pública, diminuir os subsídios e despesas internas que estão sendo cada vez mais altas”, indica aquele académico.

Na segunda-feira, 13, em conferência de imprensa em Bissau o responsável da Missão do FMI ao país, José Giron considerou, que a evolução das finanças “é globalmente positiva”, mas alertou para a situação da dívida pública.

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