No ano prestes a terminar, um dos assuntos mais salientes está relacionado com o polémico caso do avião que se encontra ainda retido no aeroporto “Osvaldo Vieira” em Bissau, a mando do Primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabian.
Trata-se de um aparelho que, em Outubro do ano findo, aterrou na capital guineense, proveniente da Gâmbia, cujo proprietário ainda não o reivindicou, apesar do Presidente da República, Umaro El Mockthar Sissoco Embalo, ter admitido saber de quem se trata e que “é gente séria”.
A maior a União Nacional dos Trabalhadores da Guiné (UNTG) desencadeou durante todo o ano vagas de paralisações contra aumentos dos impostos e atribuição de subsídios astronómicos aos titulares de órgãos de soberania.
Ao longo do ano, o Presidente Umaro Sissoco Embaló visitou muitos países e recebeu vários chefes de Estado.
No meio de muitas correntes contestatárias, Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente português, esteve em Bissau, numa visita que lhe mereceu a atribuição da Medalha “Amílcar Cabral”, a mais alta distinção do país.
Remodelação
O ano de 2021 ficou assinalado ainda com a primeira, e, até aqui, última remodelação governamental, que deixou o MADEM-G15 insatisfeito, mas que, para o PRS, foi interessante de ponto de vista político.
Este partido viu a sua posição reforçada no Executivo, enquanto o Movimento para Alternância Democrática saiu fragilizado, com a exoneração dos seus principais dirigentes.
Outro tema que também marcou o ano que agora termina tem a ver com o processo da revisão constitucional.
O dossier teve impacto político devido à polémica envolvendo o Presidente da Republica e o Parlamento.
Embaló queria impor a discussão e aprovação da sua proposta constitucional, o que foi negado pelos deputados, que consideravam ser únicos competentes.
Enquanto se assistia a um quadro político menos animador, a pandemia da Covid-19 mexia com a vida dos guineenses.
Os períodos de estado de emergência e de calamidade decretados pelas autoridades incidiam sobre o rendimento de muitas famílias guineenses.
No sectorl económico, o registo vai para a emissão de Títulos de Tesouro junto ao Banco de Desenvolvimento Oeste Africana “nunca vista na história do país”, segundo especialistas.
Falava-se em cerca de 200 milhões de dólares americanos.
A cultura da Guiné-Bissau marcou pontos a nível internacional, com o escritor Abdulai Sila, a conquistar o prémio literário Guerra Junqueiro.
Numa das notas mais positivas, a Guiné-Bissau conseguiu o apuramento, pela terceira vez consecutiva, para o Campeonato das Nações Africanas, que vai ter lugar já em janeiro de 2022 nos Camarões.
O país marca a presença na maior competição de futebol africana, sob o comando do “Mister Candé”.