Um grupo suíço de luta contra a corrupção está a processar o o grupo financeiro Credit Suisse por alegada fraude no empréstimo de dois mil miliões de dólares americanos a Moçambique, revela nesta segunda-feira, 29, a agência Reuters.
O valor em causa, que o Governo moçambicano admitiu em 2016 ter sido alvo de um empréstimo e que deu origem ao escândalo das "dívidas ocultas", resultou no bloqueio do apoio ao país e à prisão de ex-dirigentes moçambicanos, empresários e banqueiros nos Estados Unidos, África do Sul e Reino Unido.
A organização suíça Public Eye argumenta que, embora as transações tenham sido facilitadas pela subsidiária britânica do Credit Suisse, o banco deveria também ser investigado na sua jurisdição de origem.
Na declaração citada pela Reuters, a Public Eye diz que "pediu ao Gabinete do Procurador Geral para investigar se o Credit Suisse Group AG cumpriu a sua responsabilidade corporativa de supervisionar a sua subsidiária e impedir a conduta ilegal, segundo exigência do código penal suíço".
Um porta-voz do Credit Suisse disse à Reuters, em Londres, que o banco “não está de momento em posição de divulgar detalhes de tais processo, por existirem investigações pendentes”.
As dívidas foram alegadamente contraídas com o intuito de realizar projectos de pesca de atum e segurança marítima, o que nunca aconteceu.
Neste momento, os Estados Unidos pediram a prisão de Manuel Chang, antigo ministro das Finanças de Moçambique, e dois seus colaboradores, três banqueiros do Credit Suisse em Londres e do empresário libanês, Jean Boustani.
A justiça moçambicana processou 18 envolvidos no processo.