Líderes de 79 países do denominado Grupo África Caraíbas e Pacífico (ACP) decidem a partir desta segunda-feira um novo reposicionamento da organização que, a partir de 2020, não será financiada pela União Europeia, como acontece desde 1980.
A 8ª cimeira de Chefes de Estado e de Governo da organização em Port Moresby, Papua Nova Guiné, aponta novos caminhos de um grupo que, segundo os seus dirigentes, tem desempenhado um papel importante.
Angola, Moçambique e Cabo Verde são os países africanos de língua portuguesa presentes na cimeira.
O secretário-geral do ACP, Patrick Gomes, diz ser esta “uma oportunidade real para se fazer história, contribuindo para o desenvolvimento global da agenda e dando voz aos Estados marginalizados no contexto internacional”.
O Grupo ACP, ainda de acordo com Gomes, vai estimular a cooperação sul-sul e triangular e proporcionar vez e voz aos países membros na perspectiva do estreitamento das relações com a União Europeia.
Entretanto, o grande desafio actual é o reposicionamento do ACP a partir de 2020, quando ficar sem o apoio financeiro garantido desde 1980 pela União Europeia, em Cotonou.
O jornalista cabo-verdiano, Daniel Almeida, o único profissional da imprensa da África Ocidental convidado para acompanhar a cimeira, diz haver um "consenso sobre o financiamento depois de 2020 e os marcos de intervenção.
"Há noção forte da importância do papel desse grupo depois de 2020 e, como toda a organização internacional, os países mais poderosos assumirão uma parte maior do financiamento e todos os membros pagarão uma corta", explica Almeida.
Tal como o secretário-geral do ACP, aquele jornalista destaca a ideia de uma cooperação sul-sul e triangular, capaz de enfrentar os desafios da actualidade.
"O grupo está enfocado nos objectivos de desenvolvimento sustentável, no fenómeno das migrações, nas mudanças climáticas e a luta contra o terrorismo, principalmente a pirataria marítima que já afecta vários países ACP", explica Almeida.
Angola, Moçambique e Cabo Verde são os países africanos de língua portuguesa presentes na cimeira.
A delegação angolana é presidida pelo ministro do Planeamento e Desenvolvimento Territorial, Job Graça, e é integrada pelo secretário de Estado para o Comércio Externo, Alexandre Costa, a embaixadora de Angola na Bélgica, Maria Elizabeth Simbrão, e funcionários dos Ministérios do Planeamento e Desenvolvimento Territorial, do Comércio e das Relações Exteriores.
Por seu lado, Moçambique marca presença com a vice-ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Nyeleti Mondlane, e Cabo Verde pelo seu embaixador em Bruxelas Jorge Borges.