Os sindicatos dos setores de saúde e educação na Guiné-Bissau, congregados na Frente Social, estão em greve desde ontem, exigindo, entre outros pontos, o pagamento de salários em atraso, reagularização de contratados, criação de um novo currículo escolar para as escolas públicas e a melhoria de condições de trabalho.
No hospital nacional “Simão Mendes”, o principal do pais, os pacientes já estão a sentir os efeitos da greve.
Um dos doentes, cujo nome não revela, pede “que a greve pare, que nos ajudem, estamos mal aqui no hospital”.
“O médico que ontem me fez a transfusão de sangue não veio hoje de manhã, dizendo que estão em greve (...) que o Governo veja como parar esta greve”, diz outro.
A par da aparente disfuncionalidade do setor da saúde, na educação, muitas salas de aulas, pelo menos, em Bissau, não funcionam.
Um dos alunos diz que “não há professores...no nosso liceu, as aulas não estão a funcionar normalmente. Por exemplo, hoje não tivemos nenhum professor. É assim todos os dias. Portanto, não estamos a aprender nada, esta situação é muito complicada”.
Contatado pela VOA, o porta-voz da Frente Social, Yoio João Correia, acusa o Governo de falta de sensibilidade.
“Ainda que haja falta de comunicação e outras situações que demonstram falta de interesse e vontade política, temos esperança e acreditamos que, de certo modo, com o impacto desta greve, haja mais pressão sobre o executivo”, diz o sindicalista.
Ele recorda que em causa está o pagamento de cinco meses de salários de novos ingressos na educação e saúde, conclusão do processo de efectivação do pessoal a trabalhar desde 2014 e 2021, requalificação e consequente promoção de quadros.
Para comentários, contactámos as autoridades, mas tal não resultou,
Uma fonte da tutela da saúde disse que, por enquanto, não haverá nenhum pronunciamento, remetendo para breve uma eventual abordagem do assunto.
Fórum