A greve dos médicos no Banco de Urgências do principal hospital de São Tomé e Príncipe, que arrancou na segunda-feira, 9, está a deixar os residentes impacientes e revoltados. Quem precisou de atendimento urgente nos últimos quatro dias afirma que nem os serviços mínimos estão a ser prestados.
Com os termómetros a rondarem 35 graus centigrados, para uma sala improvisada, com janelas abertas, foram transferidos uma dezena de doentes, em camas com colchoes rotos e sem lençóis
Moscas invadem a sala por falta de climatização, segundo os pacientes.
É nestas condições que os médicos prestam o alegado serviço mínimo enquanto decorre a greve em protesto contra a fala de climatização de “condições básicos”, como alega o sindicato.
“Viemos com o doente desde Água-Izé. Os maqueiros disseram que não recebem o doente porque estão em greve. Estamos aqui há várias horas nesta sala cheia de moscas e ninguém nos atende”, afirmou o familiar de um paciente.
A impaciência dos utentes aumenta e o Governo tarda em encontrar solução para as reivindicações do sindicato dos médicos.
A população questiona a prestação dos serviços mínimos, mas os médicos dizem que estão garantidos.
“Nós estamos a avaliar os casos. Aqueles que nós achamos que os pacientes correm o risco de morte, estamos a atender”, garante Daniel Carvalho, medico de urgência do hospital Ayres de Menezes que, entretanto, lamenta a situação e pede paciência aos utentes.
“Esta paralisação é um pedido de socorro dos profissionais de saúde pela situação precária em que estamos", reitera aquela médico.
Enquanto isso, uma empresa de climatização está a instalar alguns aparelhos de ar condicionado nos serviços de urgência do Hospital Ayres de Menezes, uma das exigências do sindicato dos médicos para suspender a greve.