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Governos de Moçambique e Malawi "apertam" combate ao terrorismo


Celebração do Dia das Forças Armadas e Defesa de Moçambique, em Pemba, 25 de Setembro de 2021
Celebração do Dia das Forças Armadas e Defesa de Moçambique, em Pemba, 25 de Setembro de 2021

Os governos de Moçambique e Malawi reforçaram a prioridade de combate ao terrorismo na esfera de Defesa e Segurança e, na última reunião em Blantyre, realçaram que a radicalização representa uma ameaça presente naqueles dois países da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC).

Analistas políticos moçambicanos alertaram, em conversa com a Voz da América, nesta quinta-feira, 13, para os riscos reais da expansão do grupo que atua em Cabo Delgado para os países vizinhos, além da consolidação de pequenas células terroristas no Malawi.

Governos de Moçambique e Malawi "apertam" combate ao terrorismo
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Na última sessão da Comissão Conjunta Permanente de Defesa e Segurança, em finais de Junho, o ministro da defesa de Moçambique, Cristóvão Chume, e o vice-ministro da defesa do Malawi, Harry Mkandawire, reconheceram que os países enfrentam os desafios comuns da radicalização, além do tráfico de drogas e de seres humanos.

Harry Mkandawire fez notar que grupos terroristas provenientes do Norte da Africa atravessam o Malawi para desestabilizar Moçambique, daí “a prioridade na luta contra o terrorismo”, apesar da aparente estabilidade na província de Cabo Delgado.

Por sua vez, o ministro moçambicano Cristóvão Chume defendeu uma maior partilha de informações e operações conjuntas dos comités de Defesa, Segurança do Estado e Pública para contornar as ameaças de segurança que o Malawi e Moçambique enfrentam dentro e ao longo das fronteiras.

Entretanto, analistas políticos moçambicanos alertaram para o facto de serem cada vez mais evidentes os riscos de expansão do terrorismo entre Moçambique e Malawi, onde grupos radicais podem se aproveitar das disputas fronteiriças para provocar violência.

O analista Tobias Zacarias, que estuda o terrorismo em Cabo Delgado, disse que a possibilidade do grupo se expandir é maior, sendo por isso que o bloco regional da SADC ter enviado seu contingente militar para “debelar o terrorismo” em Moçambique.

“O Malawi pela sua geografia pode ser um terreno fértil para este grupo, tendo em conta as próprias causa do terrorismo, que exploram a pobreza, conflitos étnicos e o conflito territorial entre este e a Tanzânia” vincou Tobias Zacarias.

“E alguns tanzanianos afiliados ao terrorismo podem usar essa disputa territorial para justificar agressão ao país, sendo neste momento o Malawi potencial vitima do terrorismo”, concluiu aquele amalista .

Por seu lado, o analista Wilker Dias observa que a actuação de células terroristas no norte do Malawi, que destruíram várias igrejas cristãs no ano passado, “reflete o perigo” para recrutamento ou fortalecimento dos grupos terroristas que atuam noutras regiões de África.

“O Malawi pode ser usado por grupos terroristas como porta de saída do tráfico humano, drogas, pedras preciosas. Essa troca comercial vai financiar os grupos terroristas, então a cooperação entre Moçambique e Malawi deve ser assertiva”, destaca.

Na terça-feira, 11, a sessão extraordinária da Troika de chefes de Estados e de Governo da SADC prorrogou o mandato da sua missão militar SAMIM por um período de 12 meses, com efeitos a partir de 16 de Julho de 2023, a “fim de consolidar as conquistas alcançadas desde o destacamento da força conjunta regional”.

Num comunicado, o órgão justifica igualmente a prorrogação como forma para “reforçar os processos de estabilização e facilitar o regresso seguro dos deslocados às suas zonas de origem”, face à aparente estabilidade das hostilidades e a preparação da retirada da SAMIM em Julho de 2024.

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