O Governo são-tomense disse nesta quarta feira, 5, ter acionado o Banco Central, enquanto autoridade fiscalizadora, a Policia Judiciais (PJ), o Ministério Público, (MP) e a Unidade de Informação Financeira (UIF) para averiguarem a afirmação do comentador da televisão portuguesa SIC José Milhazes sobre lavagem de dinheiro russo no país.
“De forma muito discreta, São Tomé e Príncipe está se a transformar num lugar de lavagem e branqueamento do dinheiro russo”, afirmou Milhazes na terça feira, 4, no telejornal daquela estação televisa, citando como fonte a Telegram Vchko GPU.
Para aquele comentador, “trata-se de um esquema envolvendo altas figuras do Estado com comissões chorudas para os intermediários” e reforçou que " uma página no Telegram Vchko GPU, bastante bem informada, escreveu que dois importantes bancos russos, o BTV Bank, e o Banco do Comércio Externo e o Gaston Bank, estão a utilizar dois bancos em São Tomé e Príncipe, o Banco Internacional e o Banco Equador, para escapar às sanções e trazer dinheiro para este lado”.
José Milhazes, antigo correspondente na Rússia, a alegada operação com bancos são-tomenses tem a ver com o facto de o arquipélago não estar a ser muito vigiado pelas instituições internacionais de combate à lavagem de capitais.
Em reação hoje, o ministro de Estado e da Economia e Finanças disse “estas informações não são boas para a imagem do país” e promete o esclarecimento cabal com ajuda da cooperação portuguesa através da Polícia Judiciária e do Ministério Publico daquele país.
"Espero que o comentador desta televisão tenha informação segura. Entretanto não podemos ficar acomunados e estamos em contacto com o banco central, a Polícia Judiciária, o Ministério Público e a Unidade de Informação Financeira que trabalha no combate ao branqueamento de capitais para que essa questão seja mais rapidamente esclarecida por queremos manter a nossa reputação como país transparente e de estabilidade financeira", disse Garret Guadalupe.
Entretanto, o governante destacou que os relatórios do Grupo de Ação Financeira iInternacional não apontam para “este tipo de ações" e acrescentou que “questões de transação financeira internacional tem que haver colaboração de parte a parte ,por isso contamos com a colaboração de Portugal”.
Entretanto, a Voz de América apurou que o Banco Equador, de capitais angolanos, está há vários anos num processo de falência, mas a liquidação total ainda não foi assumida pelo banco central .
No que toca ao Banco Internacional de São Tomé e Príncipe (BISTP), o maior do país e constituído por três acionistas, o Estado São-Tomense, com 48 por cento, a Caixa Geral de Depósitos de Portugal, com 27 por cento, e o Banco Angolano de Investimentos, com 25 por cento, é gerido pela Caixa Geral de Depósitos de Portugal no quadro de um acordo para-social com o Estado são-tomense.
A fiscalização de todo o sistema bancário nacional é da competência do Banco Central de São Tomé e Príncipe, que nos últimos dois anos foi governado pelo atual primeiro-ministro, Américo Ramos.
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