O Governo de São Tomé e Príncipe anulou a nomeação do cidadão francês Miclet Vincent como cônsul honorário no Reino de Marrocos.
A decisão foi tomada em Conselho de Ministros após a notícia avançada pela publicação digital angolana Club-K, segundo a qual a ministra dos Negócios Estrangeiros, Elsa Pinto, teria tomado a decisão de nomear o empresário francês como cônsul em Marraquexe sem consultar o primeiro-ministro.
A notícia gerou um clima de desconfiança no Executivo e o secretário de Estado da Comunicação Social e porta-voz do Governo, Adelino Lucas, veio a público anunciar a anulação desta nomeação.
“O Governo decidiu anular este processo de nomeação do cidadão Miclet Vincent e orientou o Ministério dos Negócios Estrangeiros a uma análise mais aprofundada da questão”, sustentou Lucas.
Entretanto, o analista Liberato Moniz diz que o caso não pode ficar por aqui.
“Se o primeiro-ministro anulou o processo é porque a nomeação foi feita sem o seu consentimento, então para além de anular o ato a ministra deve ser demitida do cargo”, afirma Moniz.
Outro analista, Abílio Neto, acrescenta que “em São Tomé e Príncipe essas nomeações duvidosas de pessoas sem credibilidade e idoneidade são apenas para beneficiar quem as faz”.
De recordar que em janeiro a chefe da diplomacia Elsa Pinto inaugurou em Laayoune, capital do território do Sahara Ocidental, atualmente sob administração do Reino de Marrocos, o primeiro consulado de São Tomé e Príncipe.
Na altura Elsa Pinto disse que o consulado de Laayoune iria servir toda a comunidade são-tomense radicada em Marrocos, constituída, maioritariamente por estudantes.