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Governo são-tomense demite diretor por alegado envolvimento em exportação ilegal para a China


Porto de Santo António, Ilha do Príncipe, São Tomé e Príncipe
Porto de Santo António, Ilha do Príncipe, São Tomé e Príncipe

Diretor-geral das Pescas, Ilair da Conceição, é acusado de envolvimento numa rede de comercialização ilegal de pepinos–do–mar.

O Governo são-tomense demitiu nesta terça-feira, 25, o diretor-geral das Pescas, Ilair da Conceição, por alegado envolvimento numa rede de comercialização ilegal de pepinos–do–mar, uma espécie marinha cuja exportação e importação estão proibidas por lei.

O Ministério Público (MP) verificou que a mercadoria pertencia a uma firma chinesa sedeada em São Tomé e destinava-se a outra em Hong-Kong.

O caso está a ser investigado pelo MP, mas o Conselho de Ministros decidiu pela demissão de Conceição sob proposta do ministro da tutela, Abel Bom Jesus.

Numa semana, as autoridades aduaneiras apreenderam mais de uma tonelada de pepinos-do-mar a serem exportadas via aérea através do serviço dos correios.

A Voz da América soube de fontes seguras que o primeiro lote de pepinos-do-mar, de 345 quilos, apreendido pelas autoridades aduaneiras foi encaminhado para a Direção das Pescas tendo o diretor assumido a exportação, alegando tratar-se de amostras para estudos científicos.

A importação ou exportação de pepinos-do-mar está proibida em São Tomé e Príncipe desde 22 de junho de 2020.

O mesmo decreto proíbe igualmente a importação ou exportação de corais, espécies ornamentais aquáticas, cavalo marinho e polvo em quantidade superior a 10 quilos.

Os pepinos-do-mar têm alto valor comercial na culinária de países asiáticos como a China, o Japão e a Malásia.

Até ao momento, a representação diplomática da China em São Tomé e Príncipe não se pronunciou sobre o alegado envolvimento de um empresário chinês nesta alegada rede de comercialização ilegal de espécies protegidas.

À luz da legislação, a importação ou exportação de mercadorias proibidas é punida com pena de prisão de 1 a 5 anos.

Também nesta terça feira, 25, o Conselho de Ministros demitiu o diretor do Tesouro do Estado, Salvador Fonseca por ter feito um pagamento de 120 mil dólares à sua própria firma alegando prestação de serviço ao Governo.

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