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Governo pede sacrifícios aos angolanos, economistas devolvem "receita" ao Executivo


Luanda
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Especialistas defendem cortes nos salários altos e redução de mordomias dos governantes

O ministro das Finanças de Angola pediu alguns sacrifícios da população no momento em que o Governo pretende consolidar o orçamento do Estado.

Economistas, no entanto, devolvem a iniciativa ao Executivo porque, dizem,que a população já não tem o que se sacrificar mais, mas os governantes sim.

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Ao intervir recentemente na tomada de posse de alguns membros nomeados para instituições financeiras do Estado, o ministro Archer Mangueira considerou que a consolidação orçamental angolana requer alguns sacrifícios dos angolanos.

O economista Estevão Gomes diz não concordar com eventuais despedimentos porque podem agravar ainda mais a situação económica dos angolanos e defende cortes em despesas do próprio estado.

“No meu entender, o Executivo devia reduzir as despesas de organismos do Estado como por exemplo o salário pago em organismos como AGT, Alfândegas o próprio Ministério das Finanças, onde há salários altos que podiam sofrer um corte de 30 por cento, reduzir as despesas do Estado em viagens, as viaturas entregues a deputados, ministros, etc., reduzir a quantidade de empregadas nas casas destes governantes de 5, 6 empregadas para uma”, defende Gomes.

A economista e deputada Albertina Navemba Ngolo considera ser quase impossível exigir-se mais sacrifícios ao cidadão.

"Mais do que os sacrifícios que a população tem feito, o próprio Executivo devia se organizar para acabar a corrupção, a fuga de capitais para fora do país, obrigar os próprios governantes que são os empresários a trazer o dinheiro que levaram lá para fora em paraísos fiscais, para desenvolver Angola”, disse Ngolo.

O especialista em políticas públicas e económicas David Kissadila afirma que o Governo tenta com isso preparar as pessoas para as dificuldades e os apertos que se avizinham.

"Os sacrifícios a que o ministro se refere é uma preparação psicológica da população apesar das promessas eleitorais que não foram poucas, a crise financeira que o país atravessa não permitiria grandes mudanças no seu nível de vida", sustenta.

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