A ministra angolana do Ambiente reconheceu nesta segunda-feira, 30, em Luanda, que 90 por cento da população do Sul de Angola sofre por causa da seca e referiu que, apesar de existir um programa nacional para estiagem e desertificação, é imperioso que se fortaleçam as suas capacidades para melhorar os resultados.
Ao falar durante o workshop “Educar na prevenção para garantir a sustentabilidade”, a ministra Fátima Jardim disse também que 38 por cento do território nacional encontra-se afectado pela vulnerabilidade das alterações climáticas e avançou ainda que o país precisa de mais de 12 mil mil milhões de dólares para capacitar e adaptar as comunidades rurais às alterações climáticas.
Entretanto, o director da ADRA (Associação de Desenvolvimento Rural e Ambiente), Belarmino Jelembi, defende o que descreveu de “intervenções articuladas em situações de calamidades para resolver o problema de carências alimentares”.
Jelembi considera que o problema está no facto de as decisões partirem sempre de Luanda.
Para o líder da Associação Construindo Comunidades, padre Pio Wacussanga, a abertura de grandes fazendas agrícolas em curso na região e abate indiscriminado de árvores têm concorrido para a desertificação, colocando em causa a sobrevivência das comunidades locais e dos animais.
O conhecido pároco dos Gambos chama também a atenção para a exploração de recursos minerais na região concorrer para a degradação e instabilidade dos solos.
Pio Wacussanga adverte que todas as medidas que se possam tomar contra a degradação do ambiente encontram entraves no facto de muitos empreendimento económicos existentes na região pertencerem a altas figuras do regime.