O Governo de Moçambique diz que vai lançar, este ano, um programa nacional de irrigação, que poderá fazer com que o país vire uma potência agrária, na região.
Analistas, no entanto, dizem que os problemas da agricultura moçambicana são estruturais e não se resumem apenas à falta de irrigação.
Na sexta-feira, 24, o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, faz o lançamento, na Zambézia, da campanha de comercialização agrícola à escala nacional.
O ministro moçambicano da Agricultura, José Pacheco, foi quem fez o anúncio, afirmando que o programa, a ser lançado no decurso do primeiro semestre de 2017, prevê três níveis de intervenção e vai tornar a agricultura moçambicana auto-sustentável.
O governante referiu que "a partir do segundo ano de implementação deste programa, teremos a nossa agricultura a produzir excedentes, fazendo com que o país vire uma potência agrária na região em termos de produção para o consumo interno e para exportação".
Pacheco não fez nenhuma estimativa em termos de produção, sabendo-se apenas que na presente época agrícola, Moçambique deverá produzir 3, 3 milhões de toneladas de cereais, contra 700 mil toneladas da campanha passada.
Para alguns economistas, é difícil avaliar o impacto deste programa porque a agricultura moçambicana tem muitos problemas.
O economista João Mosca diz, no entanto, que "são projectos que acabam não tendo grande efeito sobre a população porque a agricultura, excepto um produto ou outro, mantém-se ao nível de produção muito baixo".
Neste momento, a aposta do Governo é no aumento da produção agrícola, para fazer à crise econômico-financeira que Moçambique enfrenta e que se traduz, sobretudo, na subida de preços de produtos de primeira necessidade.
Para o também economista Eduardo Sengo, o problema até pode não ser a falta ou fraca produção porque um pouco por todo o país, "as pessoas produzem, só que essa produção não é controlada".