O ministro das Finanças de Moçambique anunciou a suspensão da contratação de funcionários públicos, como parte de um plano de austeridade que inclui ainda cortes nos gastos com combustíveis e viagens dos quadros do Estado ao estrangeiro.
A medida de Adriano Maleiane, revelada pelo jornal O País nessa sexta-feira, 6, surge como resposta a receios de uma crise financeira, na sequência do congelamento da ajuda dos doadores internacionais ao Orçamento do Estado.
Maleiane adiantou ainda que o Governo vai proceder também a cortes nas verbas que canaliza às empresas públicas, como parte do esforço de contenção orçamental, mas esclareceu que os sectores da saúde e educação, considerados essenciais, não serão sujeitos à redução nas despesas.
Desde que há três semanas, o ministro das Finanças revelou, nas reuniões com o Fundo Monetário Internacional (FMI), em Washington, que o Governo de Moçambique tinha contraído empréstimos secretos junto do Crédit Suisse e do banco russo VTB superiores a mil milhões de dólares, o país viu organizações e internacionais e países suspenderam a ajuda ao Governo.
FMI, Banco Mundial, Reino Unido e agora o G-14, o grupo dos países que ajudam no financiamento do Orçamento Geral do Estado anunciaram a sua decisão.
No total, são cerca de 1,4 mil milhões de dólares que não constavam nas contas públicas, uma dívida reconhecida e assumida pelo Governo moçambicano.