O Governo moçambicano vai reunir-se no dia 20 de Março, em Londres, no Reino Unido, com os seus credores internacionais na tentativa de reestruturar a sua dívida pública, de modo a trazê-la a níveis de sustentabilidade.
Analistas antevêem negociações difíceis sobre as chamadas dívidas escondidas, antes da prestação de contas e responsabilização dos indivíduos envolvidos na sua contratação por parte do Executivo de Maputo.
Entre 2013 e 2014, as empresas Ematum, ProIndicus e Mam, contraíram, de forma ilegal, dívidas no valor de dois mil milhões de dólares.
O destino da maior parte do dinheiro continua por apurar, com as empresas a justificarem que se trata de matéria de segurança nacional.
Para o economista António Francisco, o Estado moçambicano caiu em descrédito e deixou de inspirar confiança aos credores e investidores, sobretudo porque o próprio Estado violou as normas do ordenamento jurídico.
O Centro de Integridade Pública (CIP) exige que o Ministério Público tome medidas concretas contra os indivíduos envolvidos na contratação e gestão ilegais da dívida, evitando que estes interfiram negativamente na investigação em curso.