O Governo de Moçambique recuou na sua decisão inicial e vai voltar a subsidiar as panificadoras, mas só no segundo trimestre de 2017.
Depois de muita pressão dos industriais da panificação, o ministro da Indústria e Comércio justificou a decisão com a necessidade de proteger as famílias mais carenciadas.
Max Tonela, explicou que "atendendo que o preço do pão tem um peso importante no orçamento das famílias, sobretudo aquelas com menos posses, o Governo decidiu trabalhar no sentido de garantir a manutenção do preço, pelo menos até ao primeiro trimestre do próximo ano".
Ministério da Indústria e Comércio havia considerado insustentável manter os níveis de subsídio ao pão, que estavam em vigor desde 2010, o que resultou num agravamento dos preços pelos panificadores.
O Governo estimou em cerca de 1,7 mil milhões de meticais (cerca de 26 milhões de dólares no câmbio actual) o montante gasto em subsídios ao preço do pão, o que considerou ser insustentável.
Na semana passada, a Associação Moçambicana dos Panificadores (AMAPAO), que se queixa de elevados custos de produção, tinha ameaçado aumentar o preço do pão caso o Governo não encontrasse um mecanismo para evitar esse agravamento.
A AMAPAO diz que os custos de produção aumentam a cada dia que passa e que, por causa disso, mais de 100 padarias deixaram de funcionar.
"Seria óptimo se o preço do pão não subisse, para não prejudicar as pessoas empobrecidas", afirmou Alfredo Canivete, vendedor de sapatos usados na Avenida Guerra Popular, centro da cidade de Maputo.
Refira-se que o subsídio às panificadoras foi introduzido pelo Governo moçambicano em 2010, quando o preço do trigo atingiu níveis insuportáveis para os fabricantes de pão, que viram o preço de 50 quilogramas deste cereal disparar de 850 para 1050 meticais.