O secretario de Estado da Juventude e Emprego, Osvaldo Petersburgo, anunciou que o governo de Moçambique, com o apoio do Banco Mundial, decidiu financiar 500 pequenas empresas de jovens de Cabo Delgado, como parte dos esforços para travar o seu recrutamento para as fileiras do terrorismo.
Petersburgo indicou que os seleccionados estão a ser capacitados em matéria de gestão de negocio e elaboração de projectos e fazem parte de um grupo de 3500 jovens de todo o país que vão também beneficiar de financiamento, no âmbito do programa governamental ‘’Agora Emprega’’.
Os seleccionados terão, nesta fase inicial do programa, um financiamento de até 1.5 milhão de meticais não reembolsáveis para o desenvolvimento dos seus projectos.
Aquele governante avançou que o dinheiro será disponibilizado assim que terminar a capacitação dos beneficiários.
Assimetrias regionais
A pobreza, as desigualdades sociais, o desemprego, sobretudo da juventude, as assimetrias regionais, são apontados por vários estudos sobre a situação em Cabo Delgado como sendo algumas das causas do terrorismo naquela província rica em recursos energéticos.
O jurista e analista político, Paulino Cossa, diz ser necessário que o Governo e seus parceiros olhem para estes aspectos, particularmente a questão da falta de emprego para jovens, ‘’por que é que isso que faz com que eles sejam recrutados para o terrorismo’’.
Entretanto, o sociólogo e analista político Francisco Matsinhe critica o facto de se elevar demasiadamente as expectativas relativamente ao arranque do projecto de gás natural liquefeito em Cabo Delgado, no sentido de que isso poderá resolver o problema da falta de empregos para jovens.
Para aquele analista, são necessárias políticas que aliciem os jovens, sobretudo os das zonas rurais, a envolverem-se em toda a cadeia de valor da produção agrária, porque, entende, isso é que pode combater o desemprego e a pobreza.
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