Os trabalhadores guineenses assinalam nesta sexta-feira, 3 de Agosto, o “massacre” de um grupo de marinheiros no histórico Porto de Pindjiguiti, em 1959, pelos colonialistas portugueses, quando protestavam a favor da melhoria de condições do trabalho.
Desde então, a data é considerada um símbolo de luta do trabalhador guineense.
Ontem, o Governo e a União Nacional dos Trabalhadores da Guiné (UNTG) chegaram a acordo para subir o salário mínimo para cerca de 100 dólares.
Este ano, o ponto reivindicativo do trabalhador guineense tem a ver com o reajuste salarial, situação que tem gerado vagas de greves na administração pública, com a UNTG, maior central sindical do país, a liderar esses movimentos.
Júlio Mendonça, secretário-geral da central, defendeu que todos possam “colocar o país acima dos interesses individuais ou de grupos”.
Não obstante o ponto central das últimas revindicações dos trabalhadores guineenses centrarem-se no reajuste salarial, o Governo respondeu e decidiu fixar o salário mínimo em 50 mil CFA, correspondentes a 100 dólares americanos.
A decisão é resultante das negociações com a UNTG, que, aliás, tem sublinhado uma gritante injustiça salarial na administração estatal.
Para fechar o entendimento, o ministro da Função Pública, Fernando Gomes, evidencia a irreversibilidade de reajuste salarial e afirma a necessidade de mudar alguns procedimentos que facilitam a corrupção no sistema administrativo do Estado.
“Se não formos capazes de mudarmos os processos e procedimentos que facilitem as práticas corruptas, que fazem parar em mãos indevidas, milhões e milhões de francos, o Estado poderá ser forçado a entrar em situação de apenas vincular-se ao pagamento dos salários”, adverte Gomes.