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Governo e Renamo voltam à mesa de negociações


Afonso Dhlakama e Filipe Nyusi ainda sem data para novo encontro
Afonso Dhlakama e Filipe Nyusi ainda sem data para novo encontro

Analistas admitem que morte de Jeremias Pondeca pode estimular um acordo de paz.

*Com Anita Powell, em Joanesburgo

O Governo e a Renamo regressam à mesa de negociações na segunda-feira, 17, depois de terem sido suspensas a 4 de Outubro para consultas.

O diálogo devia ser retomado no dia 10 mas foram outra vez suspensas após o assassinato do chefe da delegação da Renamo nas negociações Jeremias Pondeca, no dia 8.

Entre acusações da Renamo de que o Governo está por trás dos assassinatos de vários dos seus dirigentes e do Executivo a denunciar ataques dos homens armados do principal partido da oposição, as duas partes revelaram estar interessados num acordo de paz.

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O último apelo para a retomada das negociações foi feito na quinta-feira, 13, pela alta representante da União Europeia para a Política Externa e Segurança, Federica Mogherini, que, em conversa telefónica, manifestou ao Presidente Filipe Nyusi condolências pelo assassinato do negociador da paz, Jeremias Pondeca, e reiterou a esperança num acordo de paz.

Em comunicado Mogherini disse que ambos concordaram que o processo para a pacificação não deve, de forma alguma, ser afectado por este crime e enalteceu as reacções de Filipe Nyusi e de Afonso Dhlakama em torno do assunto, o que para si é um facto encorajador para o processo da paz.

Os Estados Unidos também condenaram o assassinato e pediram o regresso à mesa de negociações.

Em entrevista à VOA na passada terça-feira, 12, o presidente da Renamo garantiu que o seu partido vai regressar à mesa de negociações, tendo o Chefe de Estado Filipe Nyusi reiterado a sua vontade de chegar a um acordo de paz.

Para o director para Moçambique do Instituto Eleitoral para a Democracia Sustentável em África, esses pronunciamentos foram muito importantes.

"Parece que, apesar da natureza muito preocupante deste acto, ambos os lados decidiram intensificar o seu interesse e assegurar que o processo de negociações não vai descarrilar, o que é muito encorajador”, sublinhou Miguel de Brito em entrevista à VOA.

Leitura semelhante tem também o advogado e analista Rodrigo Rocha, quedestaca “que a morte do dirigente da Renamo pode fazer avançar o processo, que, no entanto, ainda não aponta para nenhuma solução porque as partes têm mantido um sigilo total”.

A Renamo não indicou ainda quem vai substituir Jeremias Pondeca na mesa de negociações.

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