O diálogo político entre o Governo de Moçambique e a Renamo está num impasse, que poderá ter impacto nas eleições municipais de Outubro próximo.
É o primeiro impasse depois da morte de Afonso Dhlakama e que ditou o adiamento da sessão extraordinária da Assembleia da República, inicialmente agendada para o passado dia 21, com o objectivo adequar a legislação eleitoral às novas disposições constitucionais, acordadas entre o chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, e o falecido líder da Renamo, Afonso Dhlakama.
O porta-voz da Comissão Permanente da Assembleia da República, António Amélia, disse que o pedido de adiamento da sessão foi feito pela bancada parlamentar da Frelimo, por falta de avanços nas negociações sobre assuntos militares.
Amélia afirmou que "segundo a bancada parlamentar da Frelimo, tomando em conta que se avizinha o período das eleições autárquicas, onde por lei, todos os concorrentes devem participar em pé de igualdade, as eleições devem ter lugar sem que nenhuma força política seja detentora de armas".
Por seu lado, Ivone Soares diz que a bancada parlamentar da Renamo não vai intrometer-se no diálogo que "tem estado a surtir bons resultados".
Ainda não foi indicada nenhuma data para a realização da sessão parlamentar e os órgãos responsáveis pela gestão do processo eleitoral já começam a ficar preocupados porque os calendários se tornam cada vez mais apertados.