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Governo de Moçambique perde recurso no "caso Chang"


Decisão de extraditar Manuel Chang continua nas mãos do ministro da Justiça
Decisão de extraditar Manuel Chang continua nas mãos do ministro da Justiça

O Tribunal Superior de Gauteng, em Joanesburgo, rejeitou nesta quarta-feira, 11, o pedido do Governo do Governo de Moçambique para que a decisão de extradição do antigo ministro das Finanças Manuel Chang fosse enviado a um tribunal superior em vez de continuar nas mãos do ministro sul-africano da Justiça e Serviços Correcionais.

Maputo já disse que vai recorrer da decisão ao Tribunal Supremo de Recurso.

Ao anunciar a decisão, o juiz-presidente do tribunal, Colin Lamont, justificou que, "após ouvir e analisar os argumentos das partes, este tribunal chegou à conclusão que não existe perspectiva razoável de uma outra instância de tribunal chegar a uma conclusão diferente".

A Procuradoria-Geral da República (PGR) de Moçcambique recorreu da decisão de 1 de Novembro dos juízes Colin Lamont, Denise Fisher e Edwin Molahlehi, que ordenaram ao Governo sul-africano rever a extradição de Manuel Chang, detido na África do Sul por fraude e corrupção internacional.

“A imunidade de Chang não é absoluta, mas condicional e nesse sentido, a imunidade a que se refere o artigo 4 (e) não se aplica a Chang”, sustentou o Ministério Público moçambicano na missiva de recurso em que acusa os juízes de terem errado ao considerar que o protocolo de extradição da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) impedia a extradição de Manuel Chang para Moçambique.

A PGR de Moçambique argumentou que aquele instrumento legal regional “apenas proíbe a extradição daqueles que têm imunidade absoluta”.

Para justificar o facto de o antigo ministro das Finanças e actual deputado não ter sido indiciado no país, a PGR justificou a sua posição com as provas que estava à espera dos Estados Unidos.

Com esta sentença, o ministro da Justiça e Assuntos Correccionais, Ronald Lamola, continua com a responsabilidade de decidir se Manuel Chang será extraditado para os Estados Unidos ou para Moçambique.

Não há uma prazo para a decisão.

Chang está detido na África do Sul desde 29 de Dezembro de 2018 a pedido dos Estados Unidos que quer julgá-lo por crimes de branqueamento de capitais e por defraudar investidores americanos.

Ele era o ministro das Finanças quando se deu o conhecido caso das "dívidas ocultas".

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