O governo de Cabo Verde diz não sido contactado pelo Reino Unido sobre um eventual acordo para receber migrantes que entraram ilegalmente naquele país europeu e descarta qualquer negociação acerca do tema.
Em nota enviada à Voz da América, terça-feira, 16, o Ministério dos Negócios Estrangeiros diz que o executivo da Praia “ao tomar conhecimento de uma notícia veiculada pela comunicação social, de que haveriam negociações para Cabo Verde acolher imigrantes ilegais, esclarece que o assunto nunca foi abordado e que o governo não aceita encetar qualquer negociação nesse sentido”.
Ontem, antes da Câmara dos Comuns votar a nova lei que permite ao executivo de Rishi Sunak enviar migrantes em situação ilegal para o Ruanda, em troca de 550 milhões de euros, o jornal britânico The Times publicou que Londres mantém conversações com outros governos, como Angola e Cabo Verde, visando estabelecer acordos semelhantes.
Os documentos internos do governo, citados pelo jornal, mostram que a Costa Rica, a Costa do Marfim e a Arménia foram considerados opções para estabelecer acordos, se os tribunais continuarem a impedir o envio dos migrantes para o Ruanda.
A mesma fonte acrescentou que Angola e Cabo Verde integram uma lista de países, juntamente com o Botsuana, o Senegal, a Tanzânia, o Togo e a Serra Leoa.
Autoridades de Marrocos, Tunísia, Namíbia e Gâmbia terão rejeitado, explicitamente, negociações sobre esta matéria.
O governo britânico não se pronunciou.
Caso o acordo seja aprovado terça-feira, 16, pela Câmara dos Lordes, pode ainda ser alvo de processos na justiça, como aconteceu anteriormente ao ser rejeitado pelo Supremo Tribunal.
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