O Governo provincial de Cabinda reforçou as medidas de segurança no local onde foi assinado em 1885 o Tratado de Simulambuco e colocou barreiras para impedir a realização de manifestações e o acesso à área onde se encontra o monumento considerado pelos cabindas como símbolo de reivindicação da sua soberania em relação a Portugal.
Afastados do local, as autoridades tradicionais acusam o Governo e o Fórum Cabindês para o Diálogo (FCD) de tentarem subverter o significado histórico do tratado e impedir as populações locais de celebrarem a efeméride, nesta segunda-feira, 1 de Fevereiro.
José Brás, coordenador da aldeia de Simulambuco, onde está erguido o monumento, acusou as autoridades de “terem permitido a vandalização do memorial”.
Entretanto, o FCD refuta tais declarações dizendo, contudo, que foi graças ao Fórum que a data passou a ser celebrada.
Para o general na reserva e presidente do FCD, Mauricio Amado Zulo, o FCD “tem procurado preservar a identidade histórica e cultural do tratado e defende a preservação do seu espírito como instrumento identitário do povo de Cabinda”.
O Tratado de Simulambuco foi assinado a 1 de Fevereiro de 1885 entre o Governo português e os autóctones cabindeses e 126 anos depois reveste-se ainda para os cabindas como um símbolo à luz do direito internacional para continuarem a reivindicar a sua autodeterminação.
O Governo angolano não aceita dialogar autonomia ou independência para a província de Cabinda.