O Governo angolano avisa em comunicado que as recomendações da resolução do Parlamento Europeu(PE) de 10 de Setembro, que critica o aumento das violções de direitos humanos e da corrupção “em nada beneficiam a cooperação entre Angola e a União Europeia",
“O Governo repudia com veemência a gravidade do seu conteúdo na medida em que retrata um país que não é seguramente a República de Angola", diz o Executivo.
Para as autoridades de Luanda, a resolução do PE baseia-se num “relatório parcial e subjectivo elaborado por uma eurodeputada [Ana Gomes] que realizou uma deslocação privada" a Angola.
O documento de Gomes, diz a nota, contém "inverdades, especulações e factos grosseiramente manipulados pela autora, cujas conotações com a oposição angolana são por demais conhecidas".
Apesar de todos os esclarecimentos que lhe foram prestados por membros do Governo, “constata-se que não só menosprezou todas as informações como se serviu dos contactos que manteve para tentar conferir credibilidade às suas ideias de há muito preconcebidas", reitera o Governo de José Eduardo dos Santos.
O Executivo angolano considera, inclusive, que os eurodeputados desprezaram “o trabalho que vem sendo realizado nos últimos 40 anos de independência nacional por todos os angolanos em condições por vezes muito adversas".
O comunicado, que critica o PE por colocar em causa processos judiciais em curso, surge depois de os eurodeputados aprovarem, a 10 de Setembro, uma resolução com recomendações claras à necessidade de a União Europeia e os Estados-membros analisarem a cooperação com Angola, tendo em conta as crescentes violações dos direitos humanos e da corrupção.
Recorde-se que a resolução do PE foi aprovada com 550 votos a favor, 14 contra e 60 abstenções,