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Governo da Tanzânia suspende portal que divulgou cartoons sobre raptos e assassinatos de opositores


Homem lê a versãm em papel do "The Citizen" em Arusha, Tanzania, 23 março 2017
Homem lê a versãm em papel do "The Citizen" em Arusha, Tanzania, 23 março 2017

A Tanzânia suspendeu o portal online The Citizen nesta quinta-feira, 3, depois de ter divulgado cartoons com a Presidente e de fazer referência aos recentes raptos e assassinatos de dissidentes políticos.

Um dos vídeos animados divulgados por aquele influente meio de comunicação no início desta semana mostrava a Presidente Samia Suluhu Hassan a assistir a noticiários de dissidentes e vítimas da repressão estatal.

Hassan tem enfrentado crescentes críticas a nível interno e externo devido a alegações de que as forças de segurança estão por trás do rapto e assassinato de figuras da oposição.

O Governo proibiu dois grandes comícios do partido da oposição Chadema e Agosto e deteve, por algum tempo, os seus líderes.

O The Citizen, um dos jornais de língua inglesa mais influentes, emitiu um comunicado a informar que as suas publicações online foram suspensas por 30 dias.

A decisão partiu da Autoridade Reguladora das Comunicações da Tanzânia, que descreveu os vídeos como apresentando “interpretações negativas para a nação, algo que afeta e mina a unidade, a paz e a coesão nacionais”.

O portal já tinha removido as animações, afirmando em comunicado que o fez por causa “da má interpretação que geraram”.

Samia Suluhu Hassan assumiu a Presidência após a morte repentina do seu antecessor, John Magufuli, em 2021.

Magufili destacou-se pelo autoritarismo, suspendeu a oposição e foi um forte opositor a medidas radicais na luta contra a Covid, tendo falecido por doença, não divulgada.

A ascenção de Hassam foi inicialmente festejada por remover as restrições aos comícios da oposição e aos meios de comunicação social, mas pouco tempo depois passou a ser fortemente criticada pela repressão a opositores.

Ggrupos de defesa dos direitos humanos e alguns governos ocidentais, incluindo os Estados Unidos, criticaram o que consideram ser uma repressão renovada antes das eleições locais de novembro e das eleições gerais previstas para o final de 2025.

Uma das pessoas que aparece nos vídeos animados foi o pai do artista Shadrack Chaula, condenado a dois anos de prisão em julho, depois de ter queimado a foto de Hassan.

Ouve-se o pai a dizer "vivo ou morto... quero ver o meu filho", enquanto Hassan observa do sofá.

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