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Governo de Cabo Verde classifica de gesto humanitário acolhimento de ex-prisioneiro de Guantánamo


Ministro da Administração Interna garante ao haver qualquer ameaça à segurança do país.

O Governo de Cabo Verde justificou de gesto humanitário e de solidariedade o acolhimento de um ex-prisioneiro da base americana de Guantánamo, em Cuba, acusado inicialmente de terrorismo por Washington.

O ministro da Administração Interna disse à VOA que um país que ao longo da sua história tem recebido apoio de várias nações e organizações internacionais não deve negar solidariedade aos outros quando for solicitado.

O ex-prisioneiro de Guantanamo, Shawqi Awad Balzuhair, chegou a Cabo Verde na semana passada depois de estar detido em Guantánamo desde Outubro de 2002, quando foi capturado, com vários outros alegados militantes da Al Qaida, em Karachi, no Paquistão.

Paulo Monteiro garante que não se trata de nenhuma troca de favores, mas sim de "um gesto humanitário e de solidariedade, na sequência de um pedido dos Estados Unidos da América".

O governante considera que a vinda do paquistanês não coloca nenhum perigo em matéria de segurança para o arquipélago, que, segundo Monteiro, sempre pautou pelo clima de paz, concórdia e sã convivência com todos.

Paulo Monteiro afirma que esta matéria foi devidamente tratada internamente, com a auscultação de diferentes actores da cena politica e jurídica do país.

Na mesma linha, o analista político Daniel Medina entende que o arquipélago "deve estender a mão ao próximo, não se limitando apenas a receber ajuda e solidariedade dos outros".

Medina considera que a presença do ex-prisioneiro de Guantanamo não coloca nenhum perigo ao país, já que Cabo Verde não está em conflito com ninguém.

De resto, o analista lembra que o arquipélago teve exemplo de gestos de solidariedade idêntico, quando recebeu alguns antigos combatentes do ETA, da Espanha, nos anos de 1980, tendo aqueles cidadãos bascos inserido sem quaisquer problemas na sociedade cabo-verdiana.

O Pentágono anunciou a transferência de Shawqi Awad Balzuhair para Cabo Verde no passado domingo, 4, afirmando que, após uma revisão do caso, foi determinado que a sua detenção já não é necessária “para protecção contra uma ameaça significativa e contínua à segurança dos Estados Unidos”.

Balzuhair esteve detido em Guantánamo desde Outubro de 2002 depois de ter sido capturado com vários outros alegados militantes da Al Qaida em Karachi, no Paquistão.

Uma comissão americana decidiu que o detido era “um militante de baixo nível”.

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