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Governo angolano vai aumentar pensões de veteranos


Manifestação dos veteranos de guerra em Luanda, Angola . Foto de arquivo
Manifestação dos veteranos de guerra em Luanda, Angola . Foto de arquivo

Em Benguela UNITA diz que muitos veteranos ficaram de fora do registo

O Secretário de Estado angolano para a Defesa Nacional, o Almirante (reformado) José Maria de Lima, revelou à Voz da América que o governo acordou em aumentar as pensões dos veteranos de guerra de Angola.

Lima disse que o aumento será significativo mas não deu outros pormenores.

“Felizmente o OGE (Orçamento Geral do Estado) foi aprovado, com a recomendação dos deputados da nossos assembleia nacional no sentido de se aumentar significativamente as suas pensões”, revelou no Uíge José Maria de Lima, secretário de estado para a defesa nacional.

O secretário de Estado deslocou-se ao Uíge para participar em celebrações do dia da Expansão da Luta Armada de Libertação Nacional onde vários veteranos se queixaram amargamente das suas pensões e outra ajuda do governo.

Secretário de estado anuncia aumento de pensões para veteranos angolanos -2:31
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O veterano Alberto Manuel disse que está a sofrer porque “só nos dão os 20 mil Kwanzas, que não chega para toda família”.

“Então estivemos a espera para nós ouvirmos qual é o motivo que veio aqui o ministro para dizer que o salário subiu ou como”, acrescentou mostrando-se desiludido com o facto de que no discurso o secretário de Estado não ter falado sobe o assunto.

Outro veterano Costa Manuel disse que “até hoje nunca pensaram nada de melhor para mim”

Os veteranos da pátria Domingos Vida e Manuel Ndombaxe, mostram-se também desgastados com as promessas do executivo sobre a melhoria das condições de vida dos antigos combatentes em angola e de atrasos de subsídios que chamam de migalhas.

No seu discurso José Maria de Lima, apelou “aos governos provinciais e administrações municipais, a inclusão nos programas de desenvolvimento local, ações que contribuam para reintegração dos antigos combatentes e veteranos da pátria na resolução dos principais problemas sociais com que se debatem”.

UNITA em Benguela dizem que muitos ficaram de fora do registo

A UNITA, líder da oposição em Angola, contestou a inclusão de Benguela entre as oito províncias que fecharam a reintegração de ex-militares, conforme anunciou, há três dias, o Governo angolano, quando existem, como realça, milhares de desmobilizados como mendigos.

Veteranos dizem que processo de inscrição em Benguela não terminou como diz o governo - 2:20
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De 1992 à presente data, quatro Acordos de Paz, os de Bicesse e Lusaka, em Portugal e Zâmbia, e os de Luena e Namibe, em Angola, para um total de 241.400 ex-militares.

São os números da reintegração avançados pelo secretário de Estado para Acção Social, Lúcio do Amaral, numa cerimónia realizada em Benguela, marcada pela entrega de tractores a desmobilizados.

“A conclusão do processo de reintegração dos antigos militares que hoje testemunhamos aqui na província de Benguela é resultado do empenho de uma equipa multidisciplinar, em obediência às orientações do líder do Executivo, que elegeu como prioridade do seu mandato”, disse.

Sobre os últimos anos, o governante realça a distribuição de 604 tractores e os seus suplementos, para diversas cooperativas, no âmbito da reinserção produtiva.

Em resposta, depois de ter assistido ao acto, o delegado provincial da Associação dos

Ex-militares da UNITA, Simão Temba, salientou que também os homens do MPLA e FNLA, outros partidos históricos, estão entre os mendigos.

“ Há muito ex-militar que está fora do sistema, ex-militares de todos os lados. Se o Governo central, inclusive o Presidente da República, pensam que devem encerrar … portanto o processo está muito cru, não pode ser concluído enquanto temos mendigos que trouxeram a paz”, realça, acrescentando que “são estes soldados que andam esquecidos”.

Tenente-coronel na reforma, Simão Temba denuncia falta de transparência, com primazia para desmobilizados do partido no poder, na inclusão de ex-militares na Caixa de Segurança das Forças Armadas e na distribuição de tractores e motorizadas.

“E desta vez, por exemplo, que recebemos dois tractores, foram entregues também trinta motorizadas, todas para as ex-FAPLAS, não recebemos nem sequer uma”, critica o antigo guerrilheiro.

A VOA procurou obter as versões dos outros movimentos, mas sem sucesso.

Zaire, Bié, Uíge, Moxico, Huambo, Huíla e Kuando Kubango, entre 2019 e 2023, são as outras províncias que deram por concluído o processo.

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