A pandemia do novo coronavírus tem provocado as mais diferentes consequências em variados setores, particularmente na saúde e na economia, em todo o mundo.
Em Angola também.
O jornal português Expresso, citando uma fonte do Governo angolano, disse que, pela primeira vez, os ordenados do funcionalismo público serão pagos pela Segurança Social, fruto de uma crise de tesouraria sem precedentes, agravada com a instauração do estado de emergência.
Analistas não veem, por agora, falta de recursos para pagar salários, mas admitem uma crise com dimensões incalculáveis, se o Estado cancelar programas e contratos ou encerrar algumas instituições.
O economista Horácio Rodrigues afirma, no entanto, que a possibilidade de falta de recursos é remota e aponta a recente decisão da ministra das Finanças, Vera Daves, de suspender a execução dos contratos, no âmbito do Programa de Investimento Público (PIP), cuja fonte de financiamento "não se encontra assegurada".
“Em função das decisões que o Estado vai tomando, não é provável ficar sem liquidez, neste momento, para pagar funcionários públicos”, sublinha Rodrigues, advertindo, no entanto, que, com a suspensão de programas, “certamente as empresas e as familias vão ressentir-se”.
José Matuta, outro economista, é também de opinião que, apesar da crise económica fruto da Covid-19, “não se coloca a questão da falta de verbas para o pagamento da função pública.
Alerta, no entanto, que os próximos tempos “vão depender da forma como o Governo vai lidar com a situação”, mas, por agora, Matuta sublinha que, “obviamente, com os cortes nas despesas do Estado as famílias e as empresas se ressentem”.