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Governo angolano deve ser transparente sobre uso do excedente do petróleo, dizem oposição e economistas


Plataforma marítima de exploração de petróleo (Foto de arquivo)
Plataforma marítima de exploração de petróleo (Foto de arquivo)

“Onde estão os biliões de dólares do diferencial do petróleo nos últimos anos? Onde está o de 2023? Houve orçamento rectificado a introduzir o dinheiro que sobrou?”

Pelo quinto ano consecutivo, a execução de um Orçamento Geral do Estado (OGE) em Angola começa com a Unita a questionar o paradeiro do diferencial do petróleo, agora a apontar para mais de 15 mil milhões de dólares norte-americanos gastos, segundo diz, sem explicações aos angolanos.

UNITA quer saber para onde vão excedentes do petróleo - 3:34
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A execução orçamental arrancou, a 2 de Janeiro, com o barril de petróleo a 74 dólares nos mercados mundiais, contra os 65 que nortearam a elaboração do OGE/2024.

Nada a que já não se tivesse assistido nos últimos anos, daí que agora, com o cenário macro-económico apertado, o líder da Unita, Adalberto Costa Júnior, volte à carga com avisos e números.

O lider da UNITA disse que continua a “desperdiçar-se muito com o petróleo em alta” e interrogou:

“Onde estão os biliões de dólares do diferencial do petróleo nos últimos anos? Onde está o de 2023? Houve orçamento rectificado a introduzir o dinheiro que sobrou?”

“Somando isto tudo ultrapassa os 15 mil milhões de dólares, é muito dinheiro”, acrescentou Costa Júnior.

Em 2018, numa conferência de imprensa, o Presidente da República, João Lourenço, garantiu que o diferencial serviria para o reforço do orçamento, sem, no entanto, ter feito referências aos valores, como vem exigindo a oposição.

Mesmo admitindo essa hipótese, o economista e docente Alfredo Sapi descortina falhas do Governo e diz que essa situação pode comprometer a posição de Angola na Iniciativa para a Transparência das Indústrias Extractivas (ITIE), para a qual foi aceite em Junho de 2022.

“É um fardo que o Presidente João Lourenço recebeu de José Eduardo dos Santos, o ideal é fazer uma contabilização dos dias que são comercializados com base no excedente, multiplicar pelos números de dias e, depois, remeter novamente à Assembleia Nacional”, disse afirmando ser isso necessário para “tornar legal qualquer reforço do orçamento, (pois) acho que estamos a aumentar os erros cometido.

Outra sugestão é avançada pelo economista e consultor empresarial Janísio Salomão.

“Nós, como angolanos, queremos sempre que haja transparência, é o objectivo de qualquer Estado, sobretudo na gestão dos fundos públicos. O que é que tem estado a acontecer? … essas informações tinham de estar disponíveis periodicamente no site do Ministério das Finanças”, disse o economista

O OGE/2024, que o Governo diz proteger as famílias e incentivar a produção nacional, estima receitas e despesas em 24,7 biliões de Kwanzas.

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