A palanca negra gigante, única da espécie no mundo, localizada apenas na Reserva Natural e Integral do Luando e no Parque Nacional de Cangandala, província angolana de Malanje, continua em risco de extinção com o aumento da acção dos caçadores furtivos.
No terreno,16 fiscais são insuficientes para banir a crescente onda de abate da espécie rara em Cangandala, que ocupa uma extensão de 630 quilómetros quadrados.
A ministra angolana do Ambiente, Paula Francisco, disse que o número de fiscais para diferentes áreas vai aumentar com a abertura no próximo ano do programa de formação no Instituto Politécnico 31 de Janeiro em Luanda.
“Vão abranger também fiscais (saídos do programa de reinserção dos ex-militares como uma orientação superior), para fiscais de guarda, fiscais de controlo da palanca, fiscais para o controlo das futuras infra-estruturas, e temos agora um plano de gestão mais assente, não só operativo, mas mais assente para podermos ter uma nova dinâmica aqui no Parque Nacional da Cangandala”, anunciou a governante.
Dados oficiais apontam para a existência de cerca de 200 exemplares da palanca negra gigante em Malanje.
Nos últimos dias, uma foi morta por três caçadores furtivos na Reserva Natural e Integral do Luando por três caçadores furtivos.
O Governo anunciou a criação da Unidade de Crimes Ambientais para prevenir e punir os que prejudicam a vida selvagem no país.
Em Novembro, dois caçadores foram surpreendidos no habitat da palanca negra gigante em posse de 7 bambis e um veado mortos e uma caçadeira utilizada na caça ilegal.
Entre 2017 e 2018, os fiscais encontram e destruíram mais de 600 armadilhas no Parque da Cangandala.
Para o ambientalista Edgar Ndala é reprovável a recente investida dos caçadores na contramão aos esforços do Governo para a preservação do símbolo da fauna nacional.
“Devemos continuar a trabalhar para a sensibilização e a preservação da espécie em si, mas acima de tudo, precisa-se tomar medidas que visam banir, quer a caça nesta região com exemplos palpáveis das medidas a serem tomadas a esse grupo de indivíduos que perpetuou tal acção”, defendeu Ndala.
Os regulamentos dos parques e reservas naturais de Angola estão instituídos e publicados no Diário da República.