Advogado e defensor dos direitos humanos em Cabinda, Arão Tempo questiona a governação de Aldina da Lomba Katembo, o causídico diz que a actual governadora está mais preocupada com suas empresas do que governar como deve ser a província de Cabinda.
"Os governadores que passam em Cabinda ao invés de governar exercem mais actividades comerciais, neste momento a governadora é detentora da maioria das riquezas em Cabinda, isto é grave, uma província tão pequena mas com tanta pobreza".
O jurista considera que neste momento a Constituição da República de Angola está suspensa em Cabinda.
"Está vedado qualquer direito de exercício a Democracia da população, o direito a manifestação está vedado, o direito a consciência e outros previstos na Constituição estão vedados em Cabinda, estamos perante uma ditadura aqui só existe imposição".
Tempo adverte que o problema de Cabinda não tem nada a ver com o petróleo.
"A questão de Cabinda não é o petróleo, café ou madeira, podem até fechar os poços de petróleo, esta não é a base das reivindicações aqui, o que sempre defendi que seja concedido ao povo de Cabinda os seus direitos, só assim se pode encontrar solução para Cabinda".
Outro activista dos direitos humanos, Alexandre Kuanga, reforça a ideia de que a governadora monopoliza o mercado de panificação em Cabinda: "Com que dinheiro?", questiona.
"A governadora de Cabinda com tantas empresas panificadoras em menos de um ano onde encontrou o dinheiro? Se antes de entrar para o governo não possuía nada, onde saiu o dinheiro?", especifica Kuanga.
A Voz da América procurou ainda em Cabinda contactar a governadora por telefone, mas segundo um dos seus assessores, a governadora não fala por telefone.