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Governador do BNA confirma que transferência de 500 milhões não seguiu regras da instituição


José de Lima Massano, antigo governador do Banco Nacional de Angola
José de Lima Massano, antigo governador do Banco Nacional de Angola

O governador do Banco Nacional de Angola (BNA), José de Lima Massano, disse em tribunal nesta quarta-feira, 15, que o processo de transferência dos 500 milhões de dólares para um banco no Reino Unido teve erros graves e que não cumpriu com as regras da instituição.

Depois de ontem o ex-ministro das Finanças e actual governador do Namibe, Archer Mangueira, ter afirmado que foi ele quem aconselhou o Presidente da República, João Lourenço, a suspender a transferência "porque havia muitos riscos nesse processo todo", o actual governador do BNA confirmou que o processo teve erros graves.

Para Massano para uma transferência desta natureza “era importante que se criasse um processo, com factura, contrato e o nome da instituição”.

“Uma operação que decorra com normalidade não deixa de ficar registada de forma oficial e não foi o caso dessa operação” revelou Massano, indicando que o dinheiro foi enviado em Agosto de 2017, mas a operação só foi registada em Dezembro do mesmo ano.

Embora tenha reconhecido que o Presidente da República tem poder para decidir transferências de elevados montantes, o Conselho Governativo do BNA não pode executar ordens que não se ajustem às normas e do Banco.

A audição do governador do BNA continua durante todo o dia.

O julgamento

O julgamento que iniciou a 9 de Dezembro tem por fundo uma transferência de 500 milhões de dólares do BNA para um banco no Reino Unido, alegadamente para criar um fundo de 30 mil milhões de dólares para a economia de Angola, que o Ministério Público diz ter sido ilegal.

Durante a primeira fase das audiências, suspensas antes do Natal, o antigo governador Valter Filipe disse que o antigo Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, dirigiu a operação.

O Tribunal Supremo, a pedido da defesa de Filipe, enviou perguntas ao antigo Presidente mas desconhece-se se ele já respondeu.

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