O Governador da Huíla disse acreditar no fim da greve na Educação com a medida de descontos nos salários que o seu Executivo decidiu adoptar a partir do mês de Julho.
Numa ronda por algumas escolas, João Marcelino Tchipingui diz ter ficado satisfeito com os sinais que denotam o regresso ainda que tímido de crianças à escola acontecendo o mesmo com alguns professores.
Para o chefe do Executivo da Huíla, os grevistas vão acabar por se convencer de que estão do lado errado e o peso dos descontos nos ordenados, forçará o retorno às aulas.
“Os grevistas estão a reconhecer que estão no caminho errado e acham que devem retomar. Mas há alguns grupinhos ainda que estão a resistir à razão, mas vão se convencer, porque, talvez os descontos vão começar a pesar na mesa das famílias, porque não vou pagar para quem não trabalhou. Só pagamos salários para quem estiver a trabalhar para quem estiver no Sinprof, como manda a lei, vai ter que pagar ou vai ter que justificar perante os seus filiados”, justificou.
João Marcelino Tchipingui reiterou a abertura do seu Governo para o diálogo com os professores e garantiu avanços no sentido de se começar a pagar os subsídios em dívida, uma das razões da greve.
O sindicato de professores na Huíla reagiu com dureza o discurso de João Marcelino Tchipingui.
O secretário do Sinprof João Francisco chama de infelizes as declarações do Governador da província e revela que as mesmas trazem más memórias do passado de Angola.
“Eu entendi que Sr. governador tem a tendência de matar as pessoas. Se não consegue por outras vias, agora quer fazê-lo à fome. Quando diz que quando a fome atingir as mesas, eles vão se render, então nos recordamos naquele tempo de guerra quando o método era sitiar as pessoas para que quando a fome apertasse viessem a se render. Se a intenção do senhor. Governador é esta, foi muito infeliz”.
A troca de palavras entre o Governador da Huíla e o sindicato de professores surge numa altura em que o conflito laboral que divide as partes chegou à Procuradoria da República de quem o Governo local solicitou conciliação no âmbito das suas funções de fiscal da legalidade.
O sindicato de professores na Huíla entende não ser ministério público o local propício para dirimir as diferenças entre os empregados e a entidade patronal. A greve dos professores na Huíla já dura há mais de dois meses.