Pouco depois da aprovação, na generalidade, do Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2018, com 52 por cento das receitas para a dívida pública, o governador de Benguela adverte que não vai perder tempo a olhar para débitos sem contratos que certifiquem a prestação de serviço.
Os recados de Rui Falcão, endereçados a ‘’aldrabões’’ com cobertura de membros do Governo provincial, merecem elogios em círculos empresariais.
Um operador revelou à VOA os contornos dos negócios.
O OGE despertou centenas de empresários, mas Rui Falcão colocou um travão na rumaria à sede do Governo provincial ao afirmar que não dá cobertura a actos puníveis por lei
"’Encontrei um ‘montão’ de dívidas, e tenho de as pagar, até porque o Estado é uma pessoa de bem, não importa quem esteve a exercer funções. Mas não pago dívidas não certificadas, não contratualizadas. Estes ‘aldrabões’ que faziam negócios escuros com membros daqui e dali para simular, não receberão pagamentos. Não autorizo que nenhum administrador pague, caso contrário vai assumir a responsabilidade pela cobertura deste crime’’, avisa o governante.
Empresário ligado aos sectores do comércio, pecuária e construção, Pedro Ngala, por sinal funcionário do Governo de Benguela, ajuda a desmontar os esquemas que dão azo aos recados do também primeiro secretário provincial do MPLA
"Um empresário era convidado por uma entidade das estruturas competentes – Obras Públicas ou Gabinete do Plano – e fazia uma obra através de um convite. Tivemos muitos casos na era dos ex-governadores, quando o empresário convidado recebia 15 por cento do Governo e ia endividar-se ao banco. Vê-se, agora, que perderam o seu dinheiro, já que o Estado não assume essas dívidas sem contrato’’, alerta o funcionário público.
Na sua intervenção, feita no município do Chongoroi, Rui Falcão, que prometeu punir gestores com práticas adversas a cláusulas orçamentais, disse que a sua postura está a diminuir as cobranças de dívidas.