Numa altura em que o sector da Educação em Benguela ultima os preparativos para a realização de um novo concurso público, o governador provincial denuncia a existência de 2000 professores que recebem salários sem trabalhar.
A estes docentes, colocados sobretudo em municípios do interior, Isaac dos Anjos sugere o ingresso em outros ramos de actividade.
Com o concurso em perspectiva, as autoridades esperam admitir cerca de 200 professores e cem funcionários administrativos.
Há já alguns anos que se fala da problemática de professores fantasmas, mas nunca ninguém havia apontado números. Nem mesmo os responsáveis da Educação, agora confrontados com os recados do mais alto mandatário da província.
Num pronunciamento público feito perante milhares de jovens do município da Ganda, Isaac dos Anjos não só mencionou a cifra como também avisou aos assalariados que não se fazem aos locais de serviço. O governador de Benguela lembra que em causa está uma actividade missionária, incompatível com o que se assiste neste momento.
Depois da advertência a professores incumpridores, as reacções não se fizeram esperar. Sem ter questionado a cifra apresentada por Isaac dos Anjos, o presidente do Sindicato da Educação e Cultura, José Joaquim Laurindo, disse não acreditar que estes professores estejam a receber salários de forma ilegal.
Joaquim Laurindo aproveitou a ocasião para apontar as dificuldades que afectam a classe dos professores na província de Benguela.
Refira-se que o salário médio é superior a 50 mil Kwanzas, cerca de 500 dólares norte-americanos .